COMO
É QUE PODE?
(PODENDO...)
Fachada do Teatro do Leblon – Sala Tônia Carrero.
COMO É QUE PODE?
Essa é a
pergunta que todos se fazem, depois de testemunhar um número de mágica ou
ilusionismo, duas atividades distintas, que, para mim, como leigo, sempre
soaram como sinônimas.
Desde pequeno,
deixo-me fascinar por esse tipo de arte.
Quando ia a circos, ficava ansioso pela apresentação do mágico,
profissional que tem o poder de encantar gente da mais tenra idade até os mais
idosos.
Poderia até me
considerar suspeito para falar sobre GABRIEL
LOUCHARD e seu trabalho, pelos profundos laços afetivos que me unem a ele e
à sua família, mas sei muito bem manter a distância que deve existir entre um
amigo e um “crítico”.
Conheci GABRIEL num dos momentos mais críticos
de sua vida, se não tiver sido, até agora, o maior de todos, e aquele dia foi muito
marcante na minha vida, porque pude conhecer, além do excelente artista, uma
magnífica pessoa, um pequeno/grande homem, um estupendo ser humano, chamado GABRIEL LOUCHARD.
O espetáculo COMO É QUE PODE?, escrito pelo próprio GABRIEL e por MURÍCIO RIZZO, com direção de LEANDRO
HASSUM, estreou no dia 2 de setembro de 2011, no Teatro dos Grandes Atores,
num “shopping” da Barra da Tijuca, em horário alternativo, e, em pouquíssimo
tempo, se tornou um enorme sucesso de público e de crítica, com casas lotadas,
com lotação esgotada, muitas vezes, como até hoje.
Há três anos e meio isso vem acontecendo,
em salas com capacidade variando entre 400
e 1000 lugares, em média, por todo o Brasil e até mesmo no exterior
(Estados Unidos). Até agora, GABRIEL já foi calorosamente aplaudido
por mais de 200.000 pessoas.
O baralho...
...sempre faz parte do material dos mágicos.
Ilusionismo. Número muito
intrigante. COMO É QUE PODE?
É
difícil encontrar uma classificação para o trabalho de GABRIEL, que, além de mágico, é, também, ator, modelo, garoto de
programa... Mentira; modelo ele não é, não
(primeira piada do roteiro).
O espetáculo é
vendido como um misto de “stand-up” e “show” de mágicas, porém tal classificação
não me satisfaz, uma vez que, para ser “stand-up comedy”, não deveria haver
texto nem cenários ou objetos de cena, o que está presente em COMO É QUE PODE?, apesar dos muitos
momentos de improvisação, também, e de a cenografia e os objetos de apoio, em
cena, serem bem poucos. Por outro lado,
não é apenas um “show” de mágicas, porque os números de magia e ilusionismo
estão inseridos num contexto textual e são intercalados por pequenos monólogos,
histórias fictícias, que GABRIEL,
com seu talento de ator e muito carisma, faz com que pareçam verdadeiras.
Não
importa o nome que se deve atribuir a COMO
É QUE PODE?. O importante é assistir
ao ESPETÁCULO e se divertir muito
com ele.
Essa diversão
é garantida. Não é à toa que centenas de
pessoas já assistiram a ele mais de uma vez.
Eu perdi a conta das vezes em que aplaudi, de pé, esse grande
artista. E, mesmo conhecendo, de cor,
todo o roteiro do espetáculo, não houve uma vez em que eu deixasse de rir das
situações desfiladas em cena. GABRIEL costuma brincar comigo, dizendo
que eu já vi dezenas de vezes a “peça”, para tentar entender as piadas, e
voltarei sempre, até que as entenda, um dia.
Mas a verdade é ( e ele sabe) que, para mim, é uma grande alegria e emoção
revê-lo em cena.
O
espetáculo é construído com uma estrutura bem simples, de cenário, figurino e
iluminação. Esses elementos, tão
importantes numa peça de TEATRO, em COMO É QUE PODE?, não têm grande importância,
para o produto final, embora sejam muito bem cuidados e contribuam, é claro,
para o destaque do trabalho do mágico/ator ou ator/mágico.
São
utilizados recursos de projeção, de dois pequenos vídeos, muito bem produzidos,
que levam a plateia ao delírio.
O primeiro
deles, iniciando o espetáculo, antes de GABRIEL
assumir os trabalhos, fala da trajetória do artista, que, aos dez anos, se iniciou
no campo da magia; aos doze, já trabalhava profissionalmente; e de como foi
conquistando fama. MAURÍCIO RIZZO é o apresentador e contador dessas histórias. Ainda nesse vídeo, há depoimentos de anônimos,
como Guilherme Rodrigues, o pai de GABRIEL, contando, de forma jocosa,
como tomou conhecimento dos “poderes mágicos” do rebento, e de celebridades, seus
amigos (Bruno Gagliasso, Patrícia Pilar e Thiago Lacerda), que falam, também,
com um excelente humor, do “maior artista do mundo”, e que são hilários.
O outro
antecede o momento em que será convidado um homem da plateia, para participar
de um número “muito perigoso”. O vídeo é
exatamente sobre “instruções para voluntários da plateia”. Igualmente engraçadíssimo, com mérito para
todos os atores que dele participam.
Interessante
é que GABRIEL propõe um “teatro
metalingüístico”, uma vez que utiliza o próprio universo dos mágicos e
ilusionistas para desenvolver seus temas.
O TEATRO e a magia dentro do TEATRO e da magia.
Por
quatro vezes, durante os 75 minutos de duração do espetáculo, alguém da plateia
é convidado a subir ao palco, para participar de um número, entretanto ninguém
é obrigado a fazê-lo. GABRIEL brinca com as pessoas de forma
respeitosa e, até hoje, não houve nenhum episódio de recusa ou de alguém que se
incomodasse com as brincadeiras.
Tensão: o número da guilhotina.
Truque perfeito e sensação de realismo.
Em pequenos ou grandes espaços, para limitadas ou ilimitadas plateias,
o espetáculo sempre funciona muito bem.
A plateia participa, se desejar, no palco, e é recompensada, ao final
do espetáculo, com um “mimo”.
Para
auxiliá-lo em cena, GABRIEL conta
com a participação de um “ajudante”, um assistente de palco, homem, segundo ele
mesmo, bem diferente de todas aquelas mulheres “gostosas”, assistentes de
mágicos, que se apresentam em trajes mínimos, rebolando-se e contorcendo-se,
“parecendo que querem dar pro mágico”.
Seu ajudante, vestido todo de preto, é o ROBSON, nome real do rapaz e que se tornou, também, um personagem,
sisudo e sempre de “mau humor”, para contrastar com a explosão de alegria do mágico.
ROBSON, segundo BIEL (como os amigos o tratam carinhosamente), veio de uma cidade
tão pequena, do interior de Minas Gerais, que, lá, “até a única prostituta da
cidade é virgem”. Esse é o nível (bom)
do humor do texto deste espetáculo.
Robson em cena.
Robson, antes de ter sido “resgatado e salvo”, por Biel, num “lixão”.
Robson, o fiel escudeiro de Gabriel Louchard. Criador e criatura.
Há,
ainda, um outro assistente de palco, DANIEL
CHAGAS, mas este é uma surpresa, que eu não haveria de tirar daqueles que
me leem e que, ainda, não viram o espetáculo.
Daniel Chagas.
O
meu momento de maior interesse no espetáculo é quando GABRIEL simula o que acontecia quando ele fazia “shows de mágica”
em festas infantis, do que, aliás, ele, hoje, não gosta; aliás, DETESTA. Com o palco totalmente nu (EU DISSE: “O PALCO”.), ele
“contracena” com crianças invisíveis, convidadas para a festinha, e chega a um
nível de estresse tão grande, que o leva a atitudes “politicamente incorretas”,
xingando e maltratando as crianças, vingando-se delas, o que, é claro, provoca
as maiores gargalhadas na plateia.
Sequência da cena da festa infantil 1.
Sequência da cena da festa infantil 2.
Sequência da cena da festa infantil 3.
GABRIEL é “elétrico”, hiper, ultra, superativo,
e superlativo. Parece estar,
constantemente, ligado a uma tomada de 220 volts. O seu “timing” para dizer o texto, fazer as
piadas e se movimentar em cena é fantástico.
A plateia não consegue piscar, diante de tanta agitação.
Isso, ainda
por cima, vem aliado a seu imenso poder de improvisação. Num espetáculo desse tipo, é comum que surjam
intervenções de pessoas da plateia, inconvenientes, às vezes, que “querem
aparecer mais que o artista” (“O show é
meu”, lembra GABRIEL.), as quais, de forma magistral, ele aproveita, dentro
do contexto do momento. E tudo fica, e
acaba, bem.
COMO É QUE PODE? ganhou o Prêmio FITA de Teatro 2013, como Melhor Espetáculo de Comédia – Júri Popular,
e, segundo a Revista Veja-Rio, foi relacionado entre as 10 melhores peças de teatro em cartaz.
Troféu merecido.
Eis alguns depoimentos de pessoas famosas sobre o trabalho de GABRIEL
LOUCHARD:
“O GABRIEL é uma espécie de sobrinho. Um dia, não sei quando, ele passou a se interessar
pelos mistérios da mágica. E tanto se
meteu nisso, por conta própria, que acabou se tornando, certamente, o mágico
profissional mais jovem do Brasil. Aos
doze anos, já se apresentava ao público – imagine: como profissional! – e foi
se aprimorando de tal maneira, que já tem números que são da sua criação
exclusiva. Se bobear, ele vai acabar
levitando, de verdade.” (Ziraldo)
“O GABRIEL é fantástico, ele sabe se apresentar.” (Jô Soares, no Programa do Jô)
(Detalhe: GABRIEL já se apresentou
duas vezes, com o maior sucesso, no Programa do Jô; a primeira vez, aos 16
anos, como “o mais jovem mágico
profissional do Brasil”.)
“O GABRIEL é um talento a ser observado por todos. Primeiro, porque é, além de mágico, um bom e
competente músico de MPB. Segundo,
porque, como mágico, é um verdadeiro feiticeiro: encanta e cativa todo mundo
pela simpatia, pela desenvoltura e, sem dúvida, pelas mágicas criativas que é
capaz de fazer. (Ricardo Cravo Albin)
“O GABRIEL é muito bom. Ele faz
mágicas nas ruas, sem truque algum, somente com as mãos.” (Otávio Mesquita)
“Tenho acompanhado a
carreira do GABRIEL e vejo que, cada
vez mais, ele se destaca, no panorama artístico brasileiro, como um grande
mágico e ator. (SIRON FRANCO)
“Conheço o BIEL desde muito pequeno. Sempre falante e engraçado, ele se encantou
pela arte da mágica e, hoje, é, sem dúvida, o mágico mais talentoso a que já
assisti. (Lan)
COMO É QUE PODE? é um espetáculo
diferente de tudo o que você já viu até hoje, motivo pelo qual eu o recomendo,
na certeza de que você, paciente leitor, terá vontade de voltar e, no mínimo,
vai recomendá-lo a seus amigos e omiti-lo aos inimigos (Eta, piada velha! E chata!!!)
Um dos números mais surpreendentes e impactantes do espetáculo. Completamente amarrado, o mágico veste uma
jaqueta, recolhida na plateia, e que lhe é colocada sobre os joelhos, sem se
desamarrar. Termina amarrado, como
estava antes, sobre a jaqueta, agora vestida.
COMO É QUE PODE?
FICHA TÉCNICA:
Autor: Gabriel Louchard e Maurício Rizzo
Direção: Leandro Hassum
Mágico e Ator: Gabriel Louchard
Iluminação: Wilson Reiz
Figurino: Paulo Barbosa
Cenário: Fernando Alexim
Trilha Sonora: Marcelo H
Assessoria de Imprensa: Palavra Assessoria em Comunicação
Trilha Sonora: Marcelo H
Assistentes de palco: Robson Lima e Daniel Chagas
Assistente de Produção: Nabir Rachid
Realização: Sayd Empreendimentos Culturais (Sérgio Sayad)
Este aparelho fazia parte do número final. Para evitar qualquer inconveniente para a
plateia, o número foi substituído...
...por este, de enorme beleza e lirismo.
SERVIÇO:
TEATRO DO LEBLON – SALA TÔNIA CARRERO – Rua Conde Bernadotte, 26
Temporada: Até 29 de março.
Horários: 6ª feira e sábado, às 21h; domingo, às 20h.
Valor do Ingresso: 6ª feira: R$60,00; sábados e domingos: R$70,00.
Recomendação etária: 12 anos.
Estacionamento no local.
(FOTOS: PRODUÇÃO e
DIVULGAÇÃO)
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