(1) NA COXIA, COM... - JÚLIA SPADACCINI
Carioca, Júlia Spadaccini é formada em Artes Cênicas e Psicologia e pós-graduada em Arteterapia. Além de uma das melhores autoras de teatro do momento, atua como roteirista de TV e histórias em quadrinhos. Atualmente, compõe a equipe de redatores do seriado TAPAS & BEIJOS, grande sucesso da TV.
É autora de mais de 15 peças, entre as quais "NÃO VAMOS FALAR SOBRE ISSO AGORA", "O MESMO SOL", "OS ESTONIANOS", "O CÉU ESTÁ VAZIO", "A PORTA GIRATÓRIA", "QUEBRA-OSSOS", "AOS DOMINGOS", "UM DIA QUALQUER" e "A PORTA DA FRENTE" . Desde 2005, trabalha com a Cia Casa de Jorge.
Sem a menor dúvida, é uma dramaturga em ascensão, já tendo recebido várias indicações a prêmios. Só neste ano, já foi indicada ao Prêmio Shell e ao Prêmio Cesgranrio, por um mesmo texto: "AOS DOMINGOS".
JÚLIA SPADACCINI inaugura, para a minha alegria e honra, esta seção do blog O TEATRO ME REPRESENTA - MERDA! (OTMRM)
(OTMRM) - Com
três textos elogiadíssimos pela crítica e pelo público, só no primeiro semestre
deste ano, AOS DOMINGOS, UM DIA QUALQUER e A PORTA DA FRENTE, você acha que,
mesmo ainda tão jovem, já atingiu sua maturidade profissional?
JS - Sinto que ainda estou muito longe
disso. Aprendo muito a cada peça escrita. Sei que já ganhei mais força na
estrutura, nos diálogos, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido e isso
me deixa bastante animada.
(OTMRM) - Quais são os temas
que mais mexem com você, a ponto de motivá-la a escrever uma peça?
JS - As estruturas familiares e o
rompimento com essas estruturas tão arraigadas em cada um de nós. Também gosto de encontros inusitados e das
situações cotidianas.
(OTMRM) - O que é que
pode render um bom texto?
JS - Qualquer situação pode render um
bom texto, desde que o autor consiga criticá-la com competência e, por
consequência, fazer com que o público se identifique com ela.
(OTMRM) - Além de
escrever para o TEATRO, você também escreve para a TV, para histórias em
quadrinhos... É fácil fazer tudo isso simultaneamente?
JS - Escrever nunca é fácil, mas é
divertido poder participar de coisas tão diferentes ao mesmo tempo. Cada uma
delas me dá um prazer específico e uma ajuda na criação da outra.
(OTMRM) - O seu método
de criação obedece a alguma disciplina, com relação a tempo. Em outras
palavras, você tem hora para escrever? Qual a sua rotina de trabalho?
JS - Gosto de escrever das 7hs às 12hs.
Esse é o horário que minha cabeça funciona melhor, mas é claro que tenho que
escrever em qualquer horário. Só a madrugada não funciona pra mim.
(OTMRM) - O que você
acha de trabalhar por encomenda? Para um dramaturgo, ou escritor, de um
modo geral, isso pode ser um obstáculo à criação?
JS - Não é o que mais gosto de fazer. Prefiro ter a liberdade pra criar o que quiser, mas já fiz boas parcerias que
nasceram de encomendas. O importante é que as pessoas tenham a consciência de
que o autor não consegue ser apenas um datilógrafo de ideias alheias. Se a
parceria for fértil e respeitosa, pode dar muito certo.
(OTMRM) - Qual foi o
seu primeiro texto e qual o primeiro a fazer sucesso?
JS - Meu primeiro texto foi “Na
Geladeira”, com a interpretação do Alex Mello. Bem, sucesso, pra mim, é casa cheia, e isso só
começou a acontecer agora.
(OTMRM) - Hoje, você já é uma
referência entre as pessoas que gostam de teatro e entre os atores e
atrizes. Qual a sensação de ter um texto seu indicado para um prêmio de
melhor do ano, como foi o caso de QUEBRA-OSSOS e, este ano, AOS DOMINGOS, por
enquanto?
JS - Acho que, agora, as pessoas estão se
aproximando do meu trabalho. Então, de alguma forma, essas indicações
significam que meus trabalhos estão sendo vistos por mais pessoas. Nesse
sentido, é muito bom.
(OTMRM) - Quando escreve uma
peça, você já pensa em atores ou atrizes para dar vida aos seus personagens?
JS - Penso. Várias vezes, tive o prazer
de realizar minha imaginação em cena. Pra minha sorte, todos os atores me
surpreenderam positivamente.
(OTMRM) - Qual será o próximo texto
da Júlia Spadaccini a ser encenado? Pode fornecer alguns detalhes sobre
ele?
JS - Ainda está tudo muito no começo
para divulgar alguma coisa. Estou colhendo ideias, reparando o mundo, as
situações. Todos os dias, algo novo aparece, mas só começo a escrever quando a
ideia cresce, de tal maneira, que não tenho como guardar os detalhes na cabeça. Ainda não aconteceu. O que posso dizer é que, mais uma vez, os próximos trabalhos
serão com três artistas que adoro: Jorge Caetano, Alex Mello e Bruce Gomlevsky.
(OTMRM) - Qual a sensação de
ver um(a) ator/atriz dando vida às palavras que, antes, estavam só no papel?
JS - É tão espetacular, que não consigo
descrever a sensação. Ver o que você imaginou sendo encenado é tão grandioso,
que fico muito agradecida todas as vezes que presencio isso.
(OTMRM) - Que dicas você
daria a quem gosta de escrever e gostaria de se iniciar numa carreira de
dramaturgo?
JS - Para escrever, só uma dica:
escreva todos os dias.
ADOREI essa nova seção do blog. Para nós, simples mortais, é muito bom saber sobre os autores, atores, técnicos, enfim os personagens que fazem parte dessa mágica chamada TEATRO.
ResponderExcluirLendo a entrevista de Júlia Spadaccini até parece fácil escrever!
Valeu!
Show!!!
ResponderExcluirMerecidamente premiada como melhor autora pelo trabalho "PORTA DA FRENTE", Julia é o máximo!
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