O TEMPO E OS CONWAYS
Ontem (o4 de agosto), assisti, pela segunda vez, a um excelente espetáculo: O TEMPO E OS CONWAYS, que teve sua temporada estendida, pela segunda vez, em função do grande sucesso de público e crítica.
O elenco sofreu algumas alterações, desde a estreia do espetáculo: no lugar da atriz Maria Ana Caixe, Luísa Bruno defende o papel de Joan; Janaína Moura substituiu Mariela Figueredo, como Madge; Pedro Logän e outro Pedro (Pedro Henrique Müller) revezam-se no papel de Gerald. Mas a qualidade do espetáculo não foi abalada.
Dois meses após ter assistido, pela primeira vez, ao espetáculo, atrevi-me a escrever algumas considerações sobre este espetáculo. Leia e não deixe de ir ao simpático e aconchegante espaço do Teatro SESC Casa da Gávea.
O TEMPO E OS CONWAYS - PRAZER!
PRAZER! PRAZER! SÓ PRAZER!!!
(02 de agosto de 2013)
Em cartaz, há
alguns meses (estreou no dia 19 de abril, para ficar em cena até o dia 9 de
junho), no simpático espaço do Teatro SESC da Gávea, o espetáculo O TEMPO E OS CONWAYS já teve sua
primeira temporada prorrogada por duas vezes e, pelo menos até agora, ficará em
cartaz até o dia 27 de outubro, nos seguintes horários: 6ªs e sábados, às 21h
e, aos domingos, às 17h.
Assisti a este
espetáculo exatamente há dois meses e, por motivos vários, não havia, ainda, me
pronunciado, em público, sobre ele, embora, logo no dia seguinte, tivesse
enviado, a todos os envolvidos no projeto, algumas palavras de elogio e
agradecimento pelos adoráveis momentos que me proporcionaram.
Naquela tarde,
voltei no tempo. Não ao da época em que
se passa a trama, mas à transição entre os anos 60 e 70, quando eu frequentava
o Curso de Letras da UFRJ, cursando Português-Inglês, e, por tais
contingências, fui apresentado, nas aulas de Literatura Inglesa, a este texto
de J B PRIESTLEY (1894 / 1984), o
que rendeu discussões acaloradas e grandes reflexões acerca de um momento na
história da sociedade inglesa, o fim da
Primeira Grande Guerra e os anos 30.
O programa da
peça, de excelente qualidade, diga-se de passagem, apresenta uma detalhada
sinopse da peça, o que me leva apenas a dizer que “este clássico da literatura universal, conta a história de um
grupo de jovens, cujas esperanças de felicidade na vida serão completamente
frustradas – ou pelos seus próprios erros ou pela interferência de outras
pessoas. Em um nível mais amplo e
profundo, o espetáculo promove uma grande investigação sobre a ideia de
felicidade, questionando se os personagens são capazes de mudar o curso de suas
vidas.”
Vamos a alguns
despretensiosos comentários sobre o espetáculo:
Conhecedor do
texto em seu original, não posso deixar de mencionar a excelente tradução e
adaptação de Renato Icarahy.
A direção, de Vera Fajardo, é excelente e um dos seus
mais marcantes detalhes é o aproveitamento de todo o espaço do pequeno teatro
para a encenação. Percebe-se um toque de
muita delicadeza na condução do seu ofício.
Quanta sensibilidade e capacidade de percepção do universo de Priestley!
O cenário, de Mirella Maniaci, é um detalhe à parte,
não só por ser simples, delicado e funcional, mas, principalmente, por ela
saber, muito bem, como utilizar, como já disse, todo o espaço físico do pequeno
e aconchegante teatro, desde a extensa escada que leva ao interior do teatro,
passando pelo “foyer” (onde um pianista e cantor, Kaleba Villela, nos deleita), indo até os
banheiros. Até a bilheteria é fechada,
pouco antes do início do espetáculo, transformando-se num belo detalhe do
cenário. Tudo revestido por um belíssimo
papel de parede, que causa a sensação do todo.
Simples e
descomplicada, porém eficiente, como sempre, a iluminação do grande Paulo César
Medeiros.
Muito bons os
figurinos de Paula Accioli. O mesmo pode
ser dito sobre a direção de movimento, de Duda Maia, e a trilha sonora, sob a
responsabilidade da diretora, Vera Fajardo, e de Kaleba Villela. Também ajuda na composição dos personagens, o
visagismo de Marina Beltrão.
O elenco,
composto quase em sua totalidade, por jovens e talentosos atores, conta com a
participação da veterana, e grande atriz, Stella
Maria Rodrigues, no papel da Srª Conway.
Um grande destaque deve ser creditado ao trabalho da bela e talentosa Júlia Fajardo, que interpreta a jovem
Kay. No dia em assisti ao espetáculo,
havia, na plateia, alguns consagrados atores, que não pouparam elogios à moça,
o que conta com o acréscimo do meu humilde aval.
Mas todos os
demais seus companheiros de elenco defendem, com garras e dentes, seus
personagens, e o resultado final é uma cumplicidade muito grande, que só faz
agregar valores positivos à encenação.
Sei que houve alguma
alteração no elenco, mas os que me encantaram e me provocam uma nova ida ao
teatro, são, além de Stella (que
canta maravilhosamente bem) e Júlia:
Camila Moreira (Hazel), o querido Igor Vogas (Alan), Johnny Massaro, que admiro há muito tempo (Robin); Marcéu Pierrotti (Ernest Beevers); Maria Ana Caixe (Joan Helford); Mariela Figueiredo (Madge); Pedro Logän (Gerald Thorton) e Thais Müller (Carol).
Sucesso de crítica
e de público, o grande e simples segredo deste maravilhoso espetáculo, um dos
melhores da atual temporada, é um só: beleza
e simplicidade.
Aproveite e vá
logo assistir a O TEMPO E OS CONWAYS. O tempo também é um belo e importante
personagem na peça.
Que prazer assistir a este espetáculo!!!
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