terça-feira, 18 de agosto de 2020

 

NA COXIA, COM...

...NATÁLIA LANA


Natália Lana on Behance

Natália Lana.


Equipe – A Cor Púrpura – O Musical

Natália Lana.


            Já a conheço faz alguns anos e o tempo não parece passar para ela, apesar de não aparentar ter a idade registrada na certidão de nascimento. Um rosto de menina, jeito de adolescente irrequieta e muito talento e energia armazenados, os quais ela canaliza para a arte de criar sonhos, em forma de cenários.

            Uma das mais requisitadas profissionais do ramo, principalmente nos últimos anos, quando vem colecionando prêmios, por seus inesquecíveis trabalhos, reconhecidamente dignos de premiação, os quais, como eu já disse sobre outro grande colega seu de profissão, Rogério Falcão, deveriam ficar guardados, após o final da carreira dos espetáculos, expostos, num “Museu da Cenografia”, que deveria ser criado, minha conversa de hoje será com NATÁLIA LANA, cujo nome nos reporta à magia dos espaços cênicos, da cenografia, mas que também assina, esporadicamente, figurinos, como já o fez para grandes e inesquecíveis montagens.

            Numa só pessoa, de estatura baixa, como a de NATÁLIA, custa-nos crer que possa caber tanto talento, generosidade, simpatia, carisma e humildade, qualidades que, raramente, vemos reunidas num único ser humano, principalmente em se tratando de artista, um ser, muitas vezes, difícil de ter seu ego autodominado ou administrado por outrem.

            Além de ser uma grande artista de criação para o TEATRO brasileiro, também já colaborou, por dois anos, para a formação de novos profissionais da sua área, época em que lecionou cenografia, na Faculdade de Belas Artes da UFRJ, dando enfoque à criação e às técnicas de construção e montagem.

NATÁLIA já assinou um sem-número de cenários, para diversos projetos teatrais de sucesso. Por suas últimas criações, dignas de todos os elogios, seu nome nos reporta a espetáculos musicais, entretanto, também, são dela os cenários de "Homemúsica1", de Michael Melamed; “Blitz”, com direção de Ivan Sugahara; “No Piano da Patroa”, com de direção de Lena Horn; "Anticlássico - Uma Desconferência e o Enigma Vazio", de Alessandra Colassanti; o projeto "Abracadabra - Reder Circus", "Diário do Farol - Uma Peça Sobre a Maldade", "Contos Negreiros do Brasil", “Qualquer Gato Vira-Lata Tem Uma Vida Sexual Mais Ativa Que A Nossa”, com direção de DONA Bibi Ferreira, além de outros.


Reder Circus Abracadabra - Reder Circus Abracadabra (Campos dos ...


A magia do Reder Circus chega a Campos - Terceira Via Terceira Via

(Divulgação.)


No campo dos musicais, especificamente, que lhe renderam várias indicações a prêmios e a conquista de muitos, destacam-se “Cássia Eller, O Musical” e “Rock in Rio, O Musical”, em parceria com Nello Marrese e direção de João Fonseca; “Constellation”, com direção de Jarbas Homem de Mello; “60! Década de Arromba - Doc.Musical” e "70? Década do Divino Maravilhoso - Doc.Musical", de Marcos Nauer e Frederico Reder; "Conserto para Dois", de Jarbas Homem de Mello e Cláudia Raia; e "Bibi - Uma Vida em Musical " e “A Cor Púrpura, O Musical”, ambos dirigidos por Tadeu Aguiar, com grande destaque para este, uma unanimidade, entre público e crítica especializada.

            Também foi responsável pela cenografia dos espetáculos “Hiperativo”, de Paulo Gustavo, e “Porto de Memórias” e "P.O.E.M.A", com direção de Regina Miranda. 


Performance imersiva onde o público experimenta a realidade ...

(Divulgação.)


Participa de um trio criativo, junto com o diretor Fernando Philbert e o iluminador Vilmar Olos, intitulado “CENA COLETIVA”, já tendo realizado 13 espetáculos em conjunto. O mais recente deles, “Ao Redor da Mesa, Com Clarice Lispector”, estava em cartaz, no Espaço SESC Copacabana, quando teve sua carreira ceifada, ou interrompida, pela epidemia de COVID-19.

            Algumas montagens de sucesso, todas premiadas, para as quais NATÁLIA LANA contribuiu, com seu talento, foram "Makuru - Um Musical de Ninar", de José Mauro Brant; "Bibi - Uma Vida em Musical", de Tadeu Aguiar (muitas premiações); e “A Cor Púrpura, O Musical”, também de Tadeu Aguiar (incontáveis premiações).

            Sobre indicações a prêmios: Indicada a 9 prêmios, em 2018, pelas assinaturas em "Bibi - Uma Vida em Musical", "Makuru - Um Musical de Ninar", "O Escândalo Phillipe Dussart", "Diário de Pilar na Grécia" e "70? Década do Divino Maravilhoso - Doc.Musical". 2019 foi outro ano de muitas indicações e várias conquistas de prêmios, pelo espetáculo "A Cor Púrpura, O Musical”.

            Só com a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, NATÁLIA LANA trabalhou, na assistência de cenografia, em “A Noviça Rebelde”, “Hair”, “Um Violinista no Telhado”, “Gypsy” e “7 – O Musical”, entre outros espetáculos.

Para conhecer melhor os trabalhos de NATÁLIA LANA, na área da cenografia, acesse o “portfolio visual” no “site” http://www.behance.net/natalialana.


1) O TEATRO ME REPRESENTA: NATÁLIA, é um prazer enorme poder bater este papo com você, dizendo, de antemão, que vou procurar conduzir os trabalhos pelo viés profissional, do crítico de TEATRO, tentando anular o seu grande admirador, e amigo, brincando, “atuando”, de jornalista, entrevistador. Acho que, como primeira pergunta, cabe desejar saber como, quando e onde se deu a sua formação acadêmica, especificamente, voltada para a cenografia, e se, nesses estudos, você também desenvolveu outra atividade paralela, como a de figurinista, uma vez que, também, já foi responsável por esse setor, em algumas montagens teatrais.

 

NATÁLIA LANA: É um prazer enorme poder participar de um projeto que GILBERTO BARTHOLO esteja desenvolvendo, este grande admirador de TEATRO e, por que não dizer, um HOMEM DE TEATRO, que sempre nos incentiva e instrui, com suas críticas, complexas e bem elaboradas. (Aqui, eu faço um sincero agradecimento à querida NATÁLIA, por suas palavras.) Talvez seja bom falar, um pouco, de minha vida, antes de embarcar nesta paixão, que é a cenografia. Tive o privilégio de nascer em uma família de artistas, com pai e mãe publicitários, que se conheceram na Escola de Belas Artes, chamada carinhosamente de EBA; portanto, os passeios de infância, com meus irmãos, por muitas vezes, eram relacionados à arte. Minhas melhores lembranças de infância foram passadas em locais como o MAM, o Museu de Belas Artes ou algum outro museu ou local de cultura. Desde nova, criava maquetes e inventava brinquedos. Quando chegou o momento de escolher qual curso superior cursar, a EBA me pareceu um caminho natural. A princípio, pensava em cursar escultura, mas, por ter uma inclinação matemática e o gosto pela logística de projeto, acabei despertando interesse pela cenografia. Chegando à Escola de Belas Artes, senti que aquele era meu lugar; finalmente, encontrei meus pares. A EBA me proporcionou contato com conhecimentos que trago guardados, como tesouros, e sou muito grata a diversos grandes mestres que pude encontrar em minha trajetória. No meio do curso, na parte profissional, sentia falta de práticas de montagem, pois, na minha época, o curso não oferecia essas práticas. Foi, então, que prestei concurso de transferência e ingressei na Escola de Teatro da UNIRIO, onde pude aprender, na prática, o fazer teatral. Já formada em cenografia, ingressei no curso de arquitetura, cursando boa parte dele, mas tive que interromper o curso, pois já estava trabalhando muito, em cenografia, e comecei a dar aula, de cenografia também, como professora substituta, na UFRJ. Não posso deixar de ressaltar o meu marido e grande incentivador, Tony Lupidi, que me auxilia e com quem aprendo muito, na área de projetos em 3D e computação. Uma área do conhecimento que foi, e é, essencial, na minha formação, é o conhecimento empírico que recebo, da troca que tenho com técnicos de TEATRO e galpão e o grande mestre que tenho, como parceiro de TEATRO, o cenotécnico André Salles.




"Homemúsica1"


(Divulgação.)



Homemúsica 1 - Michel Melamed - YouTube


"Homemúsica1"


(Divulgação.)


2) OTMR: Uma curiosidade: existem dois termos, considerados sinônimos (Ou estarei errado?), os quais, para um leigo – e creio que, até mesmo, para os que fazem parte do universo teatral -, criam uma certa confusão: “cenário” e “cenografia”. É comum ver os dois termos se alternando nas fichas técnicas. Chamamos de cenógrafo(a) a um(a) profissional que se ocupa dessa parte, vocábulo formado pelo processo de “redução” da palavra cenografia”. Existe o termo “cenarista”, nada tendo a ver com “cenário”, como sendo a “pessoa que faz a adaptação cinematográfica de um enredo”, também podendo ser aplicado ao TEATRO, com o mesmo sentido de “roteirista”. A pergunta é: qual é a diferença, se é que ela existe, entre cenário” e “cenografia”?

 

NL: Esta é uma pergunta que pode gerar várias respostas. Pamela Howard, em seu livro "O que é Cenografia?", fez esse exercício de fazer esta pergunta a alguns cenógrafos, e as respostas são as mais diversas. Costumo usar a palavra “cenário”, quando me refiro a um cenário específico. Por exemplo: Este foi o “cenário” que fiz para o espetáculo "A Cor Púpura". Quanto à “cenografia”, parece-me uma expressão mais ampla, quase que um grupo e subgrupo de um nome científico. Para mim, a “cenografia” é a arte de criação do espaço, de forma mais ampla.






"Blitz"


(Portfólio Natália Lana.)


3) OTMR: Fale um pouco de como você percebeu que seu futuro profissional estava em projetar, criar, imaginar cenários? Como surgiu essa vocação?

 

NL: Na universidade, já percebi que aquele era meu caminho. Encontrei-me não somente com a criação, mas também com a confecção de adereços, pintura de arte; enfim, toda esta gama artesanal que a cenografia proporciona. Mas comecei a me entender como uma pessoa de TEATRO, trabalhando com o cenógrafo Nello Marrese, um profissional do palco, ator, diretor, figurinista e cenógrafo, de grande talento. Tivemos uma parceria de dez anos, quando fui assistente dele e assinamos alguns projetos juntos.




"Não Sobre Rouxinóis" (assistente de Nello Marrese)


(Foto: Dalton Valério.)




"Piquenique no Front"


(Portfólio Natália Lana.)




"Agonia do Rei" (figurinos).


(Portfólio Natália Lana.)


4) OTMR: Que critérios, basicamente, a fazem acreditar num projeto e a aceitar fazer parte da equipe de criação?

 

NL: Penso que a cenografia é uma arte que está a serviço de algo maior, que é o espetáculo. Quando digo “a serviço”, não me refiro a serviço de possíveis vaidades, mas a serviço da cena. O que me encanta, em cenografia, é a pluralidade estética que posso desenvolver. Com isso, acabo criando cenários dos mais diversos. E, para isso, preciso ter liberdade e confiança, para executar minha função.




"Aos Domingos".


(Portfólio Natália Lana.)




"A Ratoeira".


(Portfólio Natália Lana.)




(Porto de Memórias".


(Portfólio Natália Lana.)


5) OTMR: Acredito que seja muito trabalhoso e difícil criar um cenário de época. Isso demanda um longo e cansativo tempo de pesquisa, além de muito meticuloso. E o que mais? Diante de uma proposta desse tipo, você se utiliza de assistentes, como também já foi um dia?

 

NL: Todo trabalho demanda uma grande pesquisa, e este momento é um dos que mais me proporcionam satisfação, mas, além da criação, temos toda a parte envolvida no projeto: detalhamento, orçamentos, logísticas e listas sem fim. Para isso, conto com duas grandes parceiras, e cenógrafas, Marieta Spada e Gisele Batalha, e com o meu irmão, Kadu Lobato. Essas parcerias são fundamentais para a realização de um projeto, principalmente em grandes musicais, em que a demanda é enorme. Passei muitos anos sendo cenógrafa assistente de diversos cenógrafos e posso perceber a grande importância dessa função, no processo, como um todo.



No Piano da Patroa 8 | Cenografia No Piano da Patroa Teatro … | Flickr


"No Piano da Patroa"


(Portfólio Natália Lana.)



No Piano da Patroa 2 | Cenografia No Piano da Patroa Teatro … | Flickr


"No Piano da Patroa".


(Portfólio Natália Lana.)




"No Piano da Patroa".


(Foto: Rubens Cerqueira.)



6) OTMR: Que elementos, especificamente, como paredes, móveis, objetos de decoração, por exemplo, fazem parte de um cenário?

 

NL: A cenografia pode ser executada das mais diferentes formas e materiais, mas temos elementos e maquinarias básicas da cenotecnia, como trainéis, praticáveis e muitos outros recursos, com os quais trabalhamos. Seria impossível citar todas essas estruturas, mas, no nosso canal youtube/cenogravando, tratamos muito da parte construtiva da cenografia e temos uma “playlist”, denominada CENO TEC, na qual demonstramos o uso e a construção dessas estruturas tão importantes para o fazer da cenografia.


a bailarina de vermelho: Agosto 2008



Anticlássico" faz metáforas sobre sociedade contemporânea - 19/02 ...


"Anticlássico - Uma Desconferência e o Enigma Vazio"


(Foto: Paula Kossatz)


7) OTMR: Às vezes, numa ficha técnica, a rubrica cenário/cenografia não existe, porém, para substituí-la, deparamo-nos com a chamada “direção de arte”. Isso é apenas sofisticação ou o termo engloba mais alguns elementos plásticos, presentes no espaço cênico do espetáculo?

 

NL: O termo “direção de arte” vem do cinema e é utilizado, por vezes, em TEATRO. A meu ver, essa função tem maior possibilidade de acerto, quando o profissional responsável por ela cria tanto a "cenografia" quanto o "figurino".



Ingresso para “Qualquer gato Vira-Lata"!



 Qualquer gato vira-lata” é atração gratuita em Queimados | Jornal ...

"Qualquer Gato..."

(Divulgação.)


"Qualquer Gato..."

(Portfólio Natália Lana.)


"Qualquer Gato..."

(Divulgação.)


8) OMTR: Eu sempre a conheci como uma artista de criação, assim como são os figurinistas, os iluminadores, os visagistas, os responsáveis pela parte de música e som... Eu não consigo enxergá-la em outra função, numa montagem teatral, mas já lhe passou, alguma vez, pela cabeça, o desejo de desenvolver outra atividade, numa produção teatral, atuando, dirigindo, produzindo ou executando outra função ligada ao TEATRO?

 

NL: Na verdade, eu atuei em várias áreas, antes de trabalhar, exclusivamente, com criação. Desenvolvi vários outros trabalhos, como aderecista, pintora de arte, cenógrafa assistente e produtora de objetos. Mas sempre dentro do universo da cenografia. Nesta quarentena, tenho descoberto uma nova área de interesse, editando e produzindo conteúdos educacionais, como o “CENOGRAVANDO”, com Marieta Spada, e o “CENA COLETIVA”, com Vilmar Olos e Fernando Philbert. Esta pergunta é, realmente, muito importante, pois, na formação acadêmica em cenografia, muito se fala da função do cenógrafo criador, mas, para a verdadeira realização de um cenário, contamos com diferentes funções.



Contos Negreiros do Brasil - 16/11 - Sympla



Peça 'Contos Negreiros do Brasil' ocupa o Imperator, no Meier | O ...


"Contos Negreiros..."


(Divulgação.)




"Contos Negreiros..."


(Divulgação.)

 

9) OTMR: Como se dá o seu processo de criação, tão logo aceita fazer parte de um projeto?

 

NL: Tenho uma metodologia de processo que, por vezes, varia, mas costumo iniciar com uma pesquisa visual, histórica e do tema, propriamente dito, podendo acrescentar, a essa pesquisa, sons e sensações. Normalmente, apresento essa primeira pesquisa ao diretor, para entender se a minha linha de pensamento está trabalhando em harmonia com a linha da direção. Costumo ser uma das primeiras profissionais a iniciar o trabalho junto com a direção; por vezes, antes mesmo do texto. Só então, parto para os desenhos. Entendo o desenho não somente como representação, mas também como ferramenta de estudo. Tenho utilizado muitos programas de modelagem e renderização em 3D, para que, cada vez mais, possa estudar, no projeto, o que vamos ter na realidade.



 Diário do Farol - Home | Facebook


DIÁRIO DO FAROL, UMA PEÇA SOBRE A MALDADE – 2020/2019 – THELMO ...

"Diário do Farol..."

(Foto: Rafael Blasi.)


10) OTMR: A pergunta, certamente, vai soar como óbvia, uma vez que parece que todos já sabemos a resposta, entretanto é possível que muitos estejam enganados ou a têm de forma incompleta. Você poderia sintetizar qual é a real função do "cenário" num espetáculo teatral, assim como a sua importância? Ele é imprescindível para que se consiga erguer uma peça teatral?

 

NL: Entendo que a boa cenografia funcione como dramaturgia. Ela tem a função de, junto com os outros elementos, contar uma história. Por muitas vezes, a cenografia, como uma arte de criação do espaço, proporciona novas formas de cena. É possível fazer um espetáculo sem cenografia, mas poderia fazer uma pergunta: Como seria esse mesmo espetáculo com uma cenografia?


Constellation - Uma Viagem Musical Pelos Anos 50 - Agenda de Dança


Rede Globo > reportagens - Canções americanas marcam a comédia ...

"Constellation"

(Foto: LightFarm Brasil.)


Constellation | VEJA SÃO PAULO

"Constellation"

(Foto: LightFarm Brasil.)


"Constellation"

(Foto: LightFarm Brasil.)


11) OTMR: Você já fez cenários para outros tipos de espetáculo ou eventos, além de TEATRO. Em que consiste a diferença do trabalho, em cada uma dessas diferentes propostas?

 

NL: Trabalho, também, na área de “shows”, tendo criado cenários para vários artistas, como Lenine, Ludmilla e Nego do Borel, entre outros, bem como cenários para o “Missisipi Blues Festival”, em parceria com minha irmã, Barbara Lana. O processo é um pouco diferente, pois não partimos de um texto e de ensaios, mas, sim, da música, esta arte tão ampla. E, no caso da música, temos que mergulhar na estética do artista, para, assim, criar um cenário que possibilite participar da turnê ou funcionar para a gravação de um DVD.




"Carbono" ("Show" - Lenine)


(Divulgação.)




"Depois do Amor"


(Portfólio Natália Lana.)

12) OTMR: Você costuma trabalhar apenas em cima de um projeto, por vez, ou consegue se desdobrar e desenvolver mais de um, simultaneamente?

 

NL: Infelizmente, seria impossível, financeiramente, viver somente de um projeto. Por vezes, adoraria ter esta dedicação exclusiva e, por outras, amo esta multiplicidade.




Assista 20 peças de teatro nacionais sem sair de casa ...



"Hiperativo"

(Foto : Jiro Goldflus)


Comédia “Hiperativo” com Paulo Gustavo no HSBC Brasil

"Hiperativo"

(Foto: Jiro Goldflus)


Hiperativo | Paulo Gustavo

"Hiperativo"

(Foto: Jiro Goldflus)


13) OTMR: Quantos cenários você cria, em média, por ano?

 

NL: Depende um pouco do ano e do tamanho dos projetos. Quando trabalho em um musical, por exemplo, acabo tendo que não me comprometer com muitos outros projetos ao mesmo tempo. Em média, crio em torno de 10 ou 12 cenários em um ano, mas já aconteceu de terminar um ano, tendo me envolvido em mais de vinte projetos, e outros, quando me envolvi numa quantidade menor.



Centro Brasileiro Teatro para a Infância e Juventude



makuru - um musical de ninar | Todo Teatro Carioca - Teatro ...


"Makuru..."


(Foto: Marian Starosta)



Carol Lobato - Makuru, Um Musical de Ninar



"Makuru..."


(Foto: Marian Starosta)




6º Prêmio Botequim Cultural - Indicados 2° semestre de 2017 | Woo ...



"Makuru..."


(Foto: Marian Starosta)


14) OTMR: O cenógrafo tem liberdade total de criação ou as ideias para os cenários estão na dependência direta da concepção do diretor para o espetáculo? Como se dá esse diálogo?

 

NL: O TEATRO é uma arte coletiva e a total liberdade me parece uma utopia. Em certos projetos, tenho, mais ou menos, liberdade, mas, com o passar dos anos, tenho escolhido participar de projetos que me proporcionam mais liberdade, para que possa, realmente, contribuir para a cena. Mas o diálogo é muito rico, e penso que é bom estarmos abertos para a mudança. Gosto tanto de criar, que, quando um projeto não é aprovado, acabo me apaixonando por outro.




Musical sobre Cássia Eller reestreia no Rio - Diário do Rio de Janeiro




Musical Cássia Eller, será encenado em Porto Velho no fim de ...


"Cássia Eller"


(Foto: Marcos Hermes.)



Cássia Eller – O Musical | VEJA SÃO PAULO



"Cássia Eller"


(Foto: Marcos Hermes.)

 

15) OTMR: O trabalho do cenógrafo termina com a estreia do espetáculo ou continua durante toda a temporada?  Neste caso, de que maneira?

NL: Salvo casos de remontagem, normalmente, o meu trabalho é considerado entregue no dia da estreia. A partir daí, o cenário toma vida na mão dos atores, músicos e bailarinos.




Rock in Rio – O Musical em cartaz no Teatro Alfa | | Acesso Cultural




Rock in Rio - O Musical – Wikipédia, a enciclopédia livre


"Rock in Rio..."


(Divulgação.)



Veja fotos do musical 'Rock in Rio', que estreia em SP



"Rock in Rio..."


(Divulgação.)




"Rock in Rio..."


(Divulgação.)


16) OTMR: Que cenário você considera ter sido o mais trabalhoso para ser criado?  Por quê?

NL: Cada projeto que estou realizando, num determinado momento, me parece o projeto da minha vida, e isso me instiga a, cada vez mais, buscar o melhor possível, lembrando sempre da tríade: tempo, orçamento e qualidade. Poderia citar alguns trabalhos, mas, com certeza, os musicais são os que, normalmente, demandam mais tempo de dedicação.



Diário de Pilar na Grécia – Arte & REDE




RJ – Teatro] “Diário de Pilar na Grécia” segue em temporada no ...


"...Pilar..."


(Foto: Marcos Silva.)



Três espetáculos infantis que chegam (ou voltam) aos palcos em ...


"...Pilar..."


(Foto: Marcos Silva.)


17) OTMR: E o mais difícil de ser confeccionado?  Por quê?

 

NL: As dificuldades variam, Por vezes, temos um cenário mais complexo, como o de um musical, mas, ao mesmo tempo, temos mais estrutura de equipe. Em outros casos, um cenário visto como mais simples se torna muito complexo, por conta da equipe reduzida.




O Escândalo Philippe Dussaert - Araetá - Medium




O ESCANDALO PHILIPPE DUSSAERT - YouTube


"O Escândalo..."


(Foto: Paula Kossatz.)


Marcos Caruso apresenta "O Escândalo Philippe Dussaert" no Teatro ...


"O Escândalo..."


(Foto: Paula Kossatz.)


18) OTMR: Que trabalho cenográfico de algum colega você gostaria de ter assinado?

 

NL: Admiro o trabalho de inúmeros cenógrafos brasileiros e estrangeiros, mas nunca me vi pensando assim. Talvez, a partir desta pergunta, possa começar a me questionar dessa forma.



Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello estrelam comédia musical ...




Cultura - Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello vivem vários ...


"Conserto..."


(Divulgação.)


Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello estrelam o musical "Conserto ...


"Conserto..."


(Divulgação.)

 

19) OTMR: Você teria o desejo de criar cenários grandiosos para a televisão? Falo de “cidades cenográficas”.

 

NL: A cenografia para a televisão se assemelha muito à criação de arquitetura e, normalmente, é, verdadeiramente, criada por arquitetos. Apesar de minha formação como arquiteta, acabo me interessando mais por uma criação mais escultórica da cenografia. Mas a vida nos leva para diferentes caminhos, e um pensamento de hoje pode se transformar, amanhã.




Wanderléa, política e cinema se misturam em musical "60! Década de ...




Bastidores do musical '60! Década de Arromba' - YouTube


"60!..."


(Divulgação.)


20) OTMR: Quais as suas referências profissionais, na sua área, obviamente, do passado e atuais?

 

NL: As minhas referências são as mais diversas, pois acabo bebendo em várias águas de criação, tanto em artes plásticas, como em cenografia. Acaba que, em cada projeto, eu busco referências diferentes.



60! Década de Arromba - Doc. Musical – Wikipédia, a enciclopédia livre


"60!..."


(Divulgação.)



Teatro: Wanderleia em "60 Década de Arromba" - Documento musical ...


"60!..."


(Divulgação.)



Cantora Wanderléa apresenta no Recife musical sobre a década de ...


"60!..."


(Divulgação.)

 

21) OTMR: Qual cenário seu você considera sua “obra-prima”?  Por quê?

 

NL: Escolher uma cenografia favorita seria como escolher um filho de que se goste mais. Acho que seria pretensioso da minha parte ter uma “obra-prima”, mas trabalhos como os que realizo no “CENA COLETIVA”, em parceira com o iluminador Vilmar Olos e com o diretor Fernando Philbert, muito me orgulham, além de vários musicais  dos quais tenho tido o privilégio de participar.



70? Década do Divino Maravilho - Theatro NET São Paulo (São Paulo ...




Bastidores do musical '70? Década do Divino Maravilhoso' – Cena ...


"70?..."


(Foto: Robert Schwenck.)

 

22) OTMR: Como você reage às críticas negativas a algum trabalho seu, quando as considera improcedentes? Refiro-me à crítica “especializada” e a do público, em geral. O retorno do público chega até você?

 

NL: Muitas pessoas chegam a mim, por meio do “youtube” e do “instagram” ou, até mesmo, por encontros nos Teatros. Tento sempre ouvir críticas negativas e aprender com isso, mas, por sorte e por trabalhar duro, recebo bem mais críticas positivas. Mas entendo que temos que aprender a filtrar, tanto as críticas positivas quanto negativas.



70? Década do Divino Maravilhoso – Doc. Musical | VEJA SÃO PAULO


"70?..."


(Foto: Robert Schwenck.)

 

70? Década do Divino Maravilhoso – Doc. Musical em cartaz no ...


"70?..."


(Foto: Robert Schwenck.)

 

23) OTMR: Você trabalha com uma equipe fixa, para a confecção dos cenários, ou com diferentes profissionais em função de algum detalhe?

 

NL: Sempre que possível, trabalho com o cenotécnico André Salles, meu parceiro de TEATRO há mais de 21 anos. Ele é um profissional atento, extremamente inteligente e talentoso. Tenho diversos parceiros já citados anteriormente, bem como pintores de arte e aderecistas com os quais trabalho.



250 canções compõem repertório de "70? Década do Divino ...


"70?..."


(Foto: Robert Schwenck.)

 

Musical: “70? Década do Divino Maravilhoso – Doc. Musical” se ...


"70?..."


(Foto: Robert Schwenck.)

 

24) OTMR: Você é daquelas que apenas supervisionam o trabalho de construção do cenário ou também “mete a mão na massa”?

 

NL: "meti muito a mão na massa", mas, como a parte de pesquisa, projeto, detalhamento e orçamentos demanda muito do meu tempo, acaba não sobrando muita disponibilidade para essa parte mais artesanal. Mas acabo, sempre, fazendo algum objeto ou adereço, pois isso me proporciona uma enorme satisfação.




ESPETÁCULO “BIBI: UMA VIDA EM MUSICAL” SERÁ APRESENTADO NESTE FIM ...




Musical sobre Bibi emociona ao saudar o artista que faz da Arte a ...


"Bibi..." 


(Divulgação.)



25) OTMR: Você faz maquetes dos cenários ou só os traça no papel e já parte para a execução?

 

NL: Maquete física raramente faço, a não ser quando é necessário um estudo de volumes, para maior compreensão, mas maquete 3D realizo sempre, independentemente da dimensão do projeto, pois esses desenhos fazem parte do meu processo de criação.



BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL ESPETÁCULO CHEGA AO THEATRO SÃO PEDRO ...


"Bibi..." 


(Divulgação.)



Musical que homenageia Bibi Ferreira encerra temporada - Jornal O ...


"Bibi..." 


(Divulgação.)


26) OTMR: O cenógrafo participa dos ensaios de uma peça ou trabalha isoladamente, em seu atelier, escritório ou coisa parecida? Qual o grau de envolvimento direto do cenógrafo com o processo de criação do espetáculo?

NL: Isso varia de cenógrafo para cenógrafo. Eu costumo participar bastante dos ensaios, pois o espetáculo é um organismo vivo e gosto de estar presente, para sugerir novos usos daquele espaço e para modificar o projeto, se necessário. Cada vez mais, temos menos tempo de montagem no Teatro; portanto, esse acompanhamento e um projeto estudado são primordiais.



Bibi, Uma Vida em Musical' chega a BH | O TEMPO


"Bibi..." 


(Divulgação.)



 Bibi, Uma Vida em Musical" ganha sessão extra em Porto Alegre

"Bibi..." 


(Divulgação.)


27) OTMR: Como há muitos espetáculos para poucas salas, torna-se difícil encontrar uma pauta nas grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo.  Alguns Teatros, pejorativamente chamados, por alguns, de “Teatros de alta rotatividade”, chegam a abrigar, simultaneamente, quase uma dezena de espetáculos, em dias e horários alternativos, contando com os infantis.  Isso passou a ser mais uma preocupação para o cenógrafo, que se vê na contingência de ter de fazer algo fácil de ser montado e desmontado?  O mesmo se aplica a espetáculos que se destinam a viajar?  Isso limita a criatividade do artista?

 

NL: Não sei se, exatamente, limita a criatividade, mas, com certeza, é mais um desafio, pois temos que ter um cenário criativo, que contribua para a cena, que caiba em uma verba, normalmente reduzida, que seja desmontado e que seja transportado no menor custo possível; em resumo, muitas demandas. Mas, quando se tem uma equipe técnica profissional e uma produção que entenda a importância da cenografia para a cena, tudo fica mais fácil, pois estaremos trabalhando no coletivo. Posso citar o exemplo de "A Cor Púrpura", em São Paulo, em que metade da casa era desmontada todos os dias.



Bibi - Uma Vida em Musical: Abertura - YouTube


"Bibi..." 


(Divulgação.)



A ESTREIA PARA CONVIDADOS DO MUSICAL “BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL ...


"Bibi..." 


(Divulgação.)


28) OTMR: Quando surgiu a pandemia de COVID-19, em qual(quais) projeto(s) você estava trabalhando? E como é que fica agora?

 

NL: Estava para estrear "Quando For Mãe, Quero Amar Desse Jeito", com direção de Tadeu Aguiar e texto de Eduardo Bark; "Cliff", com direção de Fernando Philbert e atuação de Gustavo Gasparani; e "Vozes", com direção de Frederico Reder. Todos os espetáculos foram adiados e, realmente, não sabemos quando vai ser possível retornar.



BIBI, uma vida em musical - ENSAIO ABERTO - Rio no Teatro


"Bibi..." 


(Divulgação.)




BIBI - UMA VIDA EM MUSICAL - YouTube


"Bibi..." 


(Divulgação.)

 

29) OTMR: Na minha visão, se pusermos em prática o bom senso, creio que, infelizmente, o ano teatral de 2020 já pode ser dado como encerrado, não se considerando as várias tentativas que vêm sendo feitas de “TEATRO”, feito por “streaming”, nas mais diversas plataformas, uma atitude de coragem e resistência, à qual eu dou total apoio. Tenho prestigiado algumas, porém, valem muito mais pelo ato político, de resistência e sobrevivência, do que, propriamente, pela qualidade artística, pelas muitas limitações e grandes óbices que envolvem essas transmissões (Falo do aspecto tecnológico.). Já há algum projeto de “TEATRO de verdade acertado para o próximo ano?  Pode nos antecipar?

 

NL: Todos os projetos nos quais estava envolvida estão em suspenso. Tenho participado de algumas experiências “on-line” e na tela. Fica, ainda, mais clara a importância de uma cenografia.




O TEATRO ME REPRESENTA!




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"A Cor Púrpura..."


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30) OTMR: Há alguma diferença técnica entre criar cenário para um musical e para espetáculos que não o sejam, o chamado TEATRO “declamado”?

 

NL: O musical é nossa ópera contemporânea e, se entendermos que, na ópera do barroco, surgiu a caixa cênica à italiana, que possibilitou muitas mudanças de cenografia e que utilizamos até hoje, entendemos que, normalmente, o musical apresenta a necessidade de mutações de cenário, o que nem sempre é necessário em um TEATRO dramático ou de comédia.




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31) OTMR: Eu venho, há alguns anos, me interessando muito por "iluminação" e tenho percebido grandes novidades, nesse ramo, que, de uma forma direta, estão relacionadas com a cenografia. São muito os trabalhos em que você e o grande iluminador Vilmar Olos trabalham juntos. E os resultados são sempre fabulosos. Qual a relação e a importância desse binômio cenografia/iluminação e como se deu esse “casamento”, que, queiram os Deuses do TEATRO, me parece indissolúvel, com o querido Vilmar?

 

NL: Tenho grandes parceiros iluminadores, como Rogério Wiltgen, mas, realmente, a parceria com  oVilmar é muito especial. E, nesta fase de isolamento social, temos nos unido ainda mais, no estudo da relação da iluminação com a cenografia. Ter um parceiro de trabalho como o Vilmar é, de verdade, um presente dos Deuses do Teatro. Muitas vezes, em nossos trabalhos, fica impossível dissociar o cenário da iluminação. Outras parcerias que, para mim, têm sido muito frutíferas são as que estabeleci com os diretores Fernando Philbert, Tadeu Aguiar e Frederico Reder.


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"A Cor Púrpura..."


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Alumínio é protagonista no cenário do musical “A cor púrpura ...

"A Cor Púrpura..."

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32) OTMR: O sucesso do trabalho do cenógrafo está na dependência direta da execução de seu projeto, por parte dos cenotécnicos. A sua equipe é muito grande e já trabalha fixamente como você ou varia, a cada nova produção?

 

NL: Parece-me que já respondi a esta questão acima, mas, realmente, é impossível fazer cenografia e, até mesmo, TEATRO sem técnicos. Meu grande parceiro, que admiro muito, é o cenotécnico André Salles.



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33) OTMR: Embora eu considere um elemento à parte, e que já estava na hora de os prêmios de TEATRO reservarem um, isolado, para a categoria “videografismos”, eles, que, cada vez mais, vêm sendo utilizados nas produções teatrais, ainda estão sendo considerados como fazendo parte do cenário. Como você encara a inclusão desse componente “hi-tech” no TEATRO?

 

NL: Desde que comecei a trabalhar com cenografia, já se fazia o uso de videografismos, mas o advento do video mapping”, realmente, criou uma nova forma de trabalhar, possibilitando a projeção nas mais diversas superfícies. Três grandes parceiros, nesse processo de criação, tão interligada à cenografia, são os irmãos Rico e Renato Vilarouca e Thiago Stauffer.



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"A Cor Púrpura..."


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"A Cor Púrpura..."


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"A Cor Púrpura..."


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34) OTMR: O TEATRO é “arte do faz-de-conta”, em que “tudo é de mentirinha”, inclusive no cenário (até a página 5). Para o premiadíssimo musical “A COR PÚRPURA – O MUSICAL”, você criou um cenário que eu considero uma verdadeira OBRA-PRIMA. Gostaria de que você falasse um pouco sobre ele, sua concepção e construção, e “nos provasse” que aquilo tudo, que parecia madeira, portanto, pesado, não o era, a ponto de o elenco fazê-lo girar com relativa facilidade.

 

NL: Fico grata pelo elogio e, realmente, este cenário me proporcionou muitas alegrias, felicidade e reconhecimento, por meio do público e dos prêmios, tendo sido indicado a 6 prêmios e recebido quatro. Em uma entrevista escrita, seria difícil descrever toda a complexidade dessa cenografia, mas, no nosso canal youtube/cenogravando, fizemos dois vídeos, nos quais mostramos tudo sobre essa cenografia.



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"Ao Redor da Mesa,..."


(Foto: Nil Caniné.)



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"Ao Redor da Mesa,..."


(Foto: Nil Caniné.)



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"Ao Redor da Mesa,..."


(Foto: Nil Caniné.)




"Ao Redor da Mesa,..."


(Foto: Nil Caniné.)




"Ao Redor da Mesa,..."


(Foto: Nil Caniné.)



 

UMA OBSERVAÇÃO FINAL:

Quando estava encerrando esta “matéria”, lembrei-me de um detalhe interessante, que diz respeito à revelação do cenário, para o público.

Antigamente, quando as pessoas adentravam o auditório, as cortinas estavam sempre fechadas, e a plateia ficava imaginando o que veria, quando fossem abertas.

A partir de um determinado momento – não vou me lembrar, exatamente, de quando –, começaram a aparecer espetáculos em que a cortina continuava fechada, na entrada do público, porém um detalhe do cenário - um objeto ou um móvel, como uma bacia, um microfone de pé, uma cadeira, uma mesa ou qualquer outra coisa - ficava à frente da cortina, no proscênio, iluminado por um foco de luz, com muito ou pouco destaque. Aquilo – para mim, pelo menos – aguçava bastante a curiosidade do espectador, que passava a fazer um exercício de imaginação, pensando na relação daquele objeto com o restante do cenário.

Hoje em dia, na grande maioria dos espetáculos, ao entrar no salão, o público já encontra o palco com as cortinas abertas e o cenário à mostra, revelado, com ou sem iluminação, forte ou fraca. Não há mais aquele mistério de outrora.

Parece um detalhe “bobo”, sem maior importância, mas deixo, para cada um dos que me leem, uma reflexão sobre o que preferem ver, quando entram, no auditório de um Teatro e olham logo para o palco.

EU PREFIRO A SEGUNDA OPÇÃO.

 


E VAMOS AO TEATRO 
(QUANDO HOUVER SEGURANÇA.)!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL (QUANDO HOUVER SEGURANÇA.)!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

 

RESISTAMOS!!!

 

COMPARTILHEM ESTE TEXTO, PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!