quinta-feira, 30 de maio de 2024

 

“RITA LEE – 

UMA AUTOBIOGRAFIA 

MUSICAL”

ou

(SEMPRE FEZ, 

E CONTINUARÁ FAZENDO, 

MUITA GENTE FELIZ.)

ou

(UM JUSTO E MERECIDO TRIBUTO.)

ou

(UMA ODE À VIDA 

E À FELICIDADE!

 



           Foi com muita pena que, em 2014, vi terminar a temporada de “Rita Lee Mora ao Lado”, no Teatro das Artes, em São Paulo, um espetáculo musical, que, salvo engano, não veio para o Rio de Janeiro, em que MEL LISBOA, segundo todos os meus amigos que assistiram a ele disseram, esbanjava talento, numa homenagem a Rita Lee, e eu, infelizmente, não pude conferir a montagem. Fiquei na esperança de que pudesse conferir a peça numa outra temporada, mas não fui feliz na minha pretensão. Fiquei na saudade, frustrado, não só porque havia acabado de ler a biografia que serviu de base para o texto da peça, mas também porque sou fã incondicional de Rita e um grande admirador do trabalho da MEL. Passados dez anos, eis que a atriz presta uma segunda homenagem, esta póstuma, infelizmente, um verdadeiro tributo, mais que oportuno e merecido, àquela mulher corajosa, debochada, de língua afiada, sobre a qual todos falavam; bem ou mal, mas falavam. Ninguém conseguia ignorar a existência de Rita Lee.

 

 

 

            Agora, dez anos após aquele estrondoso sucesso e um transcorrido da morte da multiartista, MEL LISBOA, novamente, encarna a personagem num outro musical, que tem roteiro e pesquisa de GUILHERME SAMORA, direção de MARCIO MACENA e DÉBORA DUBOIS e direção musical de MARCO FRANÇA e MARCIO GUIMARÃES, desta vez baseado na autobiografia da “rainha do rock brasileiro”, que eu li no segundo semestre do ano passado. O musical é um justo e merecido tributo a uma artista cuja existência “transformou uma geração, abriu caminhos artísticos e na sociedade e faz muita gente feliz”, como diz a própria MEL

 

 

 

   Quando se jogou de cabeça naquele projeto de 2014, mudando, radicalmente o visual, chegando, inclusive, a emagrecer vários quilos, a atriz não poderia imaginar, embora cônscia da qualidade do trabalho, que ele faria tanto sucesso, a ponto de ficar em cartaz durante meses, com casas cheias, lotação esgotada, que receberia a aprovação e a bênção da homenageada, que assistiu à montagem, e que lhe renderia prêmios de TEATRO, como “Melhor Atriz”, projetando-a, de vez, entre os maiores nomes do TEATRO NACIONAL. Desta vez, não está sendo diferente. E a prova maior disso é ver o Teatro Porto, onde o musical vem sendo apresentado desde o dia 26 de abril passado (2024), recebendo lotação máxima, em todas as sessões, o que já aconteceu durante a venda prévia dos ingressos, antes da estreia, para as primeiras sessões. E mais: a temporada, antes prevista para ser encerrada no dia 30 de junho próximo acaba de ser prorrogada até 15 de setembro deste ano. Um detalhe interessante é que, via de regra, mesmo quando está fazendo muito sucesso e a produção resolve esticar a temporada de um espetáculo, o anúncio só é feito próximo à data prevista para o seu encerramento – jogada de “marketing” -, entretanto a certeza de que o público continuará prestigiando o espetáculo é tão certa – Muitas pessoas assistem a ele várias vezes. -, que, um mês antes do encerramento previsto, já foi anunciada a nova data de término. E será que terminará mesmo?

 

 




SINOPSE:

Diferentemente do vitorioso projeto anterior, de 2014, desta vez, MEL LISBOA conta a história de Rita Lee, como a própria, com base no livro da cantora, lançado em 2016 e um dos maiores sucessos editoriais do Brasil.

O espetáculo narra os altos e baixos da carreira da atriz e tem passagens divertidas, como a do “primeiro disco voador avistado por ela” ao “último porre”.

Há passagens sobre a infância e os primeiros passos na vida artística, de “Mutantes” a “Tutti-Frutti”; de sua prisão, em 1976, durante a ditadura; do encontro de almas com Roberto de Carvalho; das músicas e dos discos clássicos e icônicos; e do ativismo pelos direitos dos animais.   

A autobiografia, base do roteiro, narra os vários momentos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada, a ponto de ter sido apontado como “ensinamento à classe artística”, pelo jornal “O Estado de São Paulo”.

 

 

 

 

  O espetáculo é leve, divertido e não tem pretensões maiores do que alegrar e prestar um belo preito à memória de Rita, mas também emociona os espectadores, mormente os fãs da artista, como este crítico. Li, não me lembro onde, que MEL, salvo engano, teria dito perceber que a plateia reage como se estivesse num “show”, ao vivo, da cantora. Agora, acrescento eu: “como se estivesse vendo sua “ídola” em carne e osso” – mais osso que carne (Momento descontração!). (Um esclarecimento: o vocábulo “ídola” existe, na língua portuguesa, ao contrário do que muitos pensam, registrado no VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras, uma publicação que lista, oficialmente, todos os vocábulos do nosso léxico.)

 

 

 

  "Ver" Rita Lee naquele palco não é muito difícil, uma vez que MEL LISBOA prepara o terreno para isso; ela e seus companheiros de cena. Durante o espetáculo, não tive só a atenção voltada para isso, porém, após ter lido aquele depoimento da protagonista da peça, concordo com a observação da atriz. Diria que, praticamente, todos os quase 500 espectadores (496, exatamente, é o número que corresponde à lotação do Teatro.) cantam junto com a solista e os demais do elenco, à feição do que fazemos nos “shows” de nossos intérpretes favoritos. Asseguro-lhes que o espetáculo é uma catarse total e uma admirável celebração. Uma ode à vida e à felicidade. Precisa de mais alguma coisa?!

 

 

 

          Imagino quão difícil tenha sido, para o pesquisador e roteirista e, também, para o dramaturgo ter que limitar o número de canções do “set list” deste musical, levando-se em conta que 80% (Chutei!) do repertório de Rita correspondem a “hits” estrondosos, e o serão para sempre, restando apenas uns 20% que poderiam ser atribuídos ao que chamamos de “lado B do disco”, as canções pouco executadas. Acho que, dos 25 títulos, eu só não conhecia duas ou três músicas daquele excelente rol selecionado: “Chega Mais”, “Banho De Espuma”, “Agora Só Falta Você”, “Ando Meio Desligado”, “Domingo No Parque”, “Panis Et Circensis”, “Top,Top”, “Mutante”, “Disco Voador”, “Bruxa Amarela”, “Mamãe Natureza”, “Bandido Corazón”, “Menino Bonito”, “Mania De Você”, “Cor De Rosa Choque”, “Shangrilá”, “Luz Del Fuego”, “Ovelha Negra”, “Orra, Meu”, “Alô, Alô, Marciano, “Vida De Cachorro, “Eu E Meu Gato”, “Doce Vampiro”, “Jardins Da Babilônia” e “Papai Me Empresta O Carro”.


 

 

  O elenco do musical comporta-se muito positivamente. Dividem o palco com MEL LISBOA 9 atores/atrizes: BRUNO FRAGA, FABIANO AUGUSTO, CAROL PORTES, DEBORA REIS, FLAVIA STRONGOLLI, YAEL PECAROVICH, ANTONIO VANFILL, GUSTAVO REZÊ e ROQUILDES JUNIOR, os quais se desdobram em mais de um personagem. Conhecia o trabalho de alguns, já os tendo aplaudido em espetáculos anteriores: BRUNO FRAGA (“O Frenético Dancin’ Days”, “Wicked”, “Homem de La Mancha”, “Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz”, “S’imbora - A História de Wilson Simonal”.), FABIANO AUGUSTO (“Carmen, A Grande Pequena Notável”, “Chaves – Um Tributo Musical” e “Codinome Daniel”) e DEBORA REIS (“Hebe, O Musical” e “O Frenético Dancin’ Days.). É possível que já os tenha visto em outros trabalhos, assim como a alguns dos demais, porém minha calejada memória, agravada por uma sequela da COVID-19, não me ajuda muito neste momento. Todos se saem muito bem no palco, nesta produção. Chamo a atenção para algumas cenas nas quais alguns membros do elenco interpretam personagens muito conhecidos do grande público. BRUNO FRAGA merece muitos elogios por sua interpretação de Roberto de Carvalho, o grande amor da vida de Rita, companheiro de muito anos, o qual acompanhou alguns ensaios da peça e, vez por outra, volta ao Teatro Porto, para aplaudir o espetáculo. DÉBORA REIS é um assombro, como Hebe Camargo, uma “reencarnação” da consagrada apresentadora, repetindo sua “performance”, como protagonista, num musical de Miguel Falabella, dedicado a Hebe (“Hebe, O Musical”), que lhe rendeu merecidos prêmios. FABIANO AUGUSTO me surpreendeu – acho que a todos – na pele de Ney Matogrosso, não só cantando, como também reproduzindo seus provocantes movimentos corporais. FLÁVIA STRONGOLLI também compõe uma interessante Elis Regina, ousada, no episódio em que Rita foi presa pela repressão da ditadura.


 

 


 

         Não me esqueci, obviamente, de dedicar meus aplausos ao brilhantíssimo trabalho de MEL LISBOA, uma atriz completa, que me chamou a atenção, desde quando a vi, pela primeira vez, como milhões de telespectadores, aos 19 anos, estreando, já como protagonista, na minissérie televisiva “Presença de Anita”. Muitos foram seus trabalhos que me agradaram na telinha e na telona. No TEATRO, participou de várias peças, como Cyrano, “Homem Não Entra”, Peer Gynt, “Boca de Ouro”, “Dogville”, “Hedda Gabler” e “Missery”, aquelas às quais assisti. De todas, guardo boas recordações, principalmente da personagem que interpretou em “Dogville”, com direção de Zé Henrique de Paula, espetáculo que me impactou bastante, muito por seu trabalho de atriz. Embora não tenha tido a intenção de imitar Rita, como também li em algum lugar, instintivamente, a atriz “é” a personagem em cena, por conta de muitas horas de pesquisa e observação, por um acurado trabalho de construção de uma personagem, para o que ajudou muito o visagismo, excelente trabalho de ANDERSON BUENO, que se estende, também, às caraterizações de Hebe Camargo, Ney Matogrosso e Elis Regina, principalmente. Mil vivas a MEL LISBOA!

 

 


 

 

         Sendo um musical biográfico e baseado numa autobiografia, não se poderia esperar nada diferente do texto. O responsável por transpor, das páginas de um livro para um palco, a “existência” de Rita Lee, o autor da dramaturgia, MÁRCIO MACENA, pinçou, do papel, o que de mais relevante saiu da cabeça da própria Rita, em suas “memórias”, ainda que, a meu juízo, tudo o que está no livro não me pareça irrelevante, mas, se todo o seu conteúdo fosse mantido em cena, todos os momentos e fatos que pontuaram, positiva ou negativamente, a vida da estrela, daria um espetáculo de um dia de duração. Para quem passou pela experiência de ler a publicação, torna-se mais agradável ainda o musical, visto que tudo o que imaginamos, quando da leitura, parece se materializar no palco. “Assim (pelo menos) é, se ME parece”. Algumas cenas são mais marcantes, como a do "primeiro disco voador avistado por ela", assim como o último porre. Com relação à cena da conversa com o pai, sobre a "visão do disco", um objeto ao feitio de um "ovni" cruza o palco, de ponta a ponta, cheio de luzes brilhantes, o que me pareceu uma peça cenográfica acoplado a um drone. Também marcam alguns detalhes da sua infância; da sua vida artística; do seu relacionamento afetivo e amoroso com o companheiro Roberto de Carvalho; as gravações dos discos clássicos; o ativismo pelos direitos dos animais... É muito comovente a cena da visita de Elis Regina a Rita, quando ela estava presa. Um gesto de empatia e muita coragem de outra grande estrela da MPB.

 

 


 

           MEL LIBOA foi muito feliz, é o que penso, quando disse (Está no “release” que recebi de ADRIANA BALSANELLI, assessora de imprensa do Teatro Porto.): “A vida de Rita precisa ser contada e recontada. Sua existência transformou toda uma geração. E continua a conquistar fãs, cada vez mais jovens. Rita não é ‘somente’ a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável. Ousou dizer o que queria e se tornou a artista mais censurada pela ditadura militar. Na época, foi presa grávida. Deu a volta por cima e conquistou uma legião de ‘ovelhas negras’. Se tornou a mulher que mais vendeu discos no país e a grande poetisa da MPB”.

 

 

 

           A produção conta com inestimáveis colaborações dos artistas criativos, o que também pesa, positivamente, na encenação: a ótima direção musical e os arranjos, de MARCO FRANÇA e MÁRCIO GUIMARÃES; a cenografia, simples, porém ajustada, assinada, a seis mãos, por DÉBORA DUBOIS, MÁRCIO MACENA e MARISA FIGUEIREDO, com apenas uma estrutura fixa ao fundo, sobra a qual se coloca a banda que acompanha as canções, ao vivo, e o aceréscimo de algumas peças móveis, que entram em cena e saem dela, de acordo com a necessidade de cada momento ou "set"; os criativos e fiéis figurinos, de CAROL LOBATO; o colorido e “frenético” desenho de luz, de WAGNER PINTO, acompanhando, justamente, o que pede cada cena; o cristalino desenho de som, responsabilidade de BRUNO PINHO; a alegre coreografia, criada por TAINARA CERQUEIRA; além do já citada e fidelíssimo visagismo, de ANDERSON BUENO.

 

 

 

DÉBORA DUBOIS e MARCIO MACENA repetem o trabalho de direção, em dupla, já posto em prática, há uma década, em “Rita Lee Mora ao Lado”, que, a julgar pelo grande sucesso daquela produção, à qual – repito -, infelizmente, não assisti, parecem repetir o trabalho agora. A dupla encontrou ótimas soluções para as cenas, assim como as marcações, não permitindo que o fluxo de interesse do público pelo espetáculo arrefeça em nenhuma cena. É tudo muito perfeito e dinâmico.


   

 


FICHA TÉCNICA:

Pesquisa e roteiro: Guilherme Samora
Texto: Márcio Macena

Direção: Débora Dubois e Márcio Macena

Diretora Assistente: Glaucia da Fonseca
Direção musical e arranjos: Marco França e Márcio Guimarães


Elenco: Mel Lisboa (Rita Lee), Bruno Fraga (Roberto de Carvalho, Ronnie Von), Antonio Vanfill (Charles Jones - pai e Arnaldo Baptista), Carol Portes (Vivi - irmã, Bárbara e Dona Solange), Débora Reis (Chesa, Hebe Camargo, Detenta “Orra Meu”), Fabiano Augusto (Ney Matogrosso, Baratão e Chefe de Polícia), Flávia Strongolli (Mary - irmã, Lucinha Turnbull e Elis Regina), Gustavo Rezê (Sérgio Dias, Raul Seixas e Carcereiro), Roquildes Junior (Gilberto Gil), Yael Pecarovich (Ellen - Teenage Singers, Gal Costa, Dona Nair e Mendonça - detenta)


Músicos: Felipe Mota, Jackie Cunha, Márcio Guimarães, Ricardo Berti e Rovilson Pascoal


Arranjo música “Coisas da Vida”: André Aquino
Cenário: Débora Dubois, Márcio Macena e Marisa Figueiredo

Figurinos: Carol Lobato
Desenho de Luz: Wagner Pinto
Desenho de Som: Bruno Pinho
Coreografia: Tainara Cerqueira

Visagismo: Anderson Bueno
Direção de Vídeo: Denis Kageyama
Assistente de Direção: Lui Vizotto
Arranjo e Preparação Vocal e Assistência de Direção Musical: Juliana Ferretti
Assistente de Coreografia: Priscila Borges
Assistente de Figurinos: Renato Gremião
Associada de Desenho de Som: Ligia Ferraz
Produção de Luz: Carina Tavares
Assistente de Luz: Jeff Robert e Gabriel Greghi
Mapa de Luz: Gabriela Cezario

Montagem de Luz: Julio Greghi, Barbara Rodrigues e Lucas Giovannini
Cenotecnia: Casa Malagueta (Alício Silva, Giorgia Massetani, Igor B. Gomes, Dandhara Shoyama, Renato Gomes, Mariana Maschietto, Mano Shampzss, Juçara Bezerra, Adriano Silva, Julia Leandro)
Cenotécnico: Evas Carretero
Equipe Cenotécnica: Edison Rodrigues da Silva, Eduardo Gazaffi, Elvis Pereira da Silva, Felipe Masatto, Fernando Lacerda, Jhonatan Camara Bloquensqui, Murilo Inforsato, Pedro Henrique, Sergio Murilo
Confecção de Perucaria: André Goes
Equipe de Maquiagem e Perucaria: Elizabeth Seabra, Guilherme Saibro, Larissa Sena
Costureiras: Jo Felix, Railda Costa, Salete Paiva, Tielison Antônio
Estagiárias de Figurino: Alice Paraiso, Ana Luiza Martins, Natanya Soares
“Designer” Gráfico: Fabricio Sindice
Vídeo: Halei Rembrandt
Operação de Luz: Jeff
Operação de Som: Ligia Ferraz
Microfonista: Kika Fernandes
Diretor de Palco: Ricardo Santana
Técnicos de Palco: Elvis Silva, Gogoh, Lorenzo Saliba
“Roadie” e Assistente de Microfone: Vinicius Reis
Camareiras: Débora Santos, Lalá Alves, Sandra Matos
Peruqueira: Karina Sato
Terapeuta Corporal: Toque Vital - Terapias Integrativas (Sheila Lima)
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Fotografia de Estúdio: Priscila Prade
Fotografia de Cena: João Caldas Fº
Mídias Sociais: Jessica Fioramonte
Tráfego Pago: Gabriel Correa
Leis de incentivo: Cristiani Zonzini e Sônia Odila
Prestação de Contas: Cenne Gots
Assessoria Contábil: Beltrame Assessoria Contábil
Assessoria Jurídica: Larissa Galvão
Equipe de Estagiários e Assistentes de Produção: Arthur Diniz, Izadora Vieira, Lorenzo Saliba, Rafaela Lovato
Produção Executiva e Administração: Fabrício Síndice e Vanessa Campanari
Coordenação de Produção: Edinho Rodrigues
Produtores Associados: Débora Dubois, Edinho Rodrigues, Márcio Macena
Realização: Brancalyone Produções Artísticas

 

 

 

 

 

SERVIÇO:

Temporada: De 26 de abril a 15 de setembro de 2024.

Local: Teatro Porto.

Endereço: Alameda Barão de Piracicaba, nº 740, Campos Elíseos – São Paulo.

Telefone (11) 3366-8700.

Capacidade: 496 lugares.

Dias e Horários: 6ª feira, às 20h; sábado, às 16h e 20h; domingo, às 17h.

Valor dos ingressos: 6ª feira: Plateia = R$ 100, Balcão e Frisa = 80, Valor Especial = R$ 40; Sábado e Domingo: Plateia = R$ 120, Balcão e Frisa = R$100, Valor Especial = R$ 40.

OBSERVAÇÕES:

1) Em todos os lugares, há valores de meia-entrada, destinados a todos os que, legalmente, fizerem jus a ela.

2) O ingresso VALOR ESPECIAL é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão.

3) Dias 26, 27 e 28/04: Sessões populares especiais, com ingressos a R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada), em qualquer setor do Teatro.

4) Há descontos para os clientes Porto.

5) ACESSIBILIDADE: Os ingressos dos assentos reservados para acessibilidade (PCD, PMR e PO) poderão ser adquiridos através de reserva pela bilheteria (11) 3366-8700 (Funcionamento somente nos dias de peça, 2h antes da apresentação) ou pelo e-mail contato@teatroportoseguro.com.br. Pessoas com necessidade de tradução em LIBRAS, por favor, entrar em contato, pelos mesmos canais, para agendamento.

6) NÃO SERÁ PERMITIDA A ENTRADA NA SALA APÓS O INÍCIO DO ESPETÁCULO, NÃO HAVENDO A DEVOLUÇÃO DE VALORES E TROCA DE INGRESSOS PARA OUTRA DATA.

Duração: 120 minutos.

Indicação Etária: 12 anos.

Gênero: Musical.

 

 

 


            A montagem de “RITA LEE – UMA AUTOBIOGRAFIA MUSICAL” coincide com a comemoração dos 9 anos de um dos meus Teatros favoritos na capital paulista, o Teatro Porto, onde, sempre que vou, sou recebido com muito carinho, respeito e generosidade por todos, do mais humilde funcionário ao mais graduado, tratamento que percebo ser dedicado a todos os que lá frequentam. 

 

 

 

  Rita Lee dizia, e isto encerra seu livro, que seu grande “gol” é ter feito um monte de gente feliz, do que não há como discordar. E MEL LISBOA dá continuidade a isso, no palco do Teatro Porto. Parece estar imbuída de uma missão: não permitir que o nome de Rita se perca na falta de memória do brasileiro, em geral. Aconselho a todos que leiam a autobiografia de Rita Lee, na qual ela trata com muito bom humor, e mesmo autodeboche, a doença que a levou de nosso convívio. RECOMENDO MUITO O ESPETÁCULO E FAREI TUDO PARA PODER REVÊ-LO.

 

 

 

 

FOTOS: PRISCILA PRADE (Estúdio)

e

JOÃO CALDAS F° (Cena).

 

 

 

GALERIA PARTICULAR

(Fotos: Tony Coimbra.)

 


 



(Com o amigo Tony Coimbra.)



 

VAMOS AO TEATRO!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E SALVA!

RESISTAMOS SEMPRE MAIS!

COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!


quarta-feira, 29 de maio de 2024


"CANTANDO

NA CHUVA"

ou

(O LADO BOM 

DA CHUVA.)

ou

(DEIXA CHOVER!)



 

           Em 2017, quando completava 65 anos de sua estreia no cinema, o festejado musical “CANTANDO NA CHUVA” ganhou uma versão para as tábuas num Teatro brasileiro, mais exatamente, o Teatro Santander, em São Paulo, que vem servindo de palco para grandes montagens de musicais que marcaram, e ainda marcam, época mundo afora. A produção foi anunciada como “algo jamais visto nos palcos brasileiros”: iria chover “de verdade” em cena. Eu já havia visto “chover num palco”, algumas vezes, porém não com aquela intensidade e “verdade”. Esse detalhe era o grande atrativo, para vender o espetáculo. Não para mim, que tinha, é verdade, muita curiosidade de constatar o “fenômeno meteorológico indoor”, entretanto o que mais eu queria mesmo ver, na minha frente, a poucos metros de distância e não com o distanciamento do cinema, eram os números de dança, as fantásticas coreografias, principalmente a icônica cena em que o protagonista canta e dança “na chuva”, pois, de há muito, já era fã incondicional do talento de Jarbas Homem de Mello, protagonista naquela produção. A montagem chegou até nós, trazida por Cláudia Raia e Jarbas, os quais haviam adquirido os direitos de montagem no Brasil, depois de terem assistido à de Londres. Pensaram, porém, numa produção grandiosa, sim, como realmente foi, mas diferente da que conheceram na capital inglesa e da que foi montada na Broadway. E conseguiram. Foi um grande sucesso, de público e de crítica.

 

 

 

 

             Sei que a maior parte das dezenas de milhares de pessoas que assistiram àquele espetáculo, no Brasil, fizeram-no atraídas pela “cena da chuva” – Vão entender, no próximo parágrafo, o motivo da minha insistência -, que, aliás, se repetia, ao final da peça, depois de também finalizar o primeiro ato. Tudo acontecia por conta de um surpreendente efeito especial, criado pela mesma equipe que trabalhou na montagem londrina, contratada e levada a São Paulo. Era uma estrutura complexa, que ficava ao redor do palco: uma rede de canos, não vista pela plateia, recebia a água, por meio de canaletas e ralos bem discretos, e a conduzia para dois enormes tanques, os quais tinham capacidade para 10 mil litros cada um. Essa água, aquecida a 29°, para conforto do elenco, não era desperdiçada, uma vez que retornava aos referidos reservatórios, para ser reutilizada. Deixei o Teatro Santander, após ter me deliciado com a peça, sentindo-me muito recompensado pelo que me foi dado ver e, como faço, sempre que uma montagem teatral me agrada, escrevi uma crítica sobre o musical, da mesma forma como neste momento, sobre uma recente encenação, também em São Paulo – desta vez, no Teatro Sérgio Cardoso (VER SERVIÇO.) -, à qual tive o prazer de assistir há cerca de um mês. E, como me senti igualmente gratificado, disponho-me a escrever sobre ela.

 

 

 

 

 

            Antes, todavia, preciso dizer como é impressionante e, acrescento, assustador o nível de comentários e observações absurdas de determinadas pessoas que não entendem, ABSOLUTAMENTE, nada de TEATRO e, muito menos, não têm noção do que seja educação e ética. Enquanto aguardava, próximo à bilheteria, a chegada da lista de convidados – eu era um deles –, para ter acesso aos meus convites, um sujeito, que “representa ou chefia” uma dessas “ongs que se propõem a formar plateias” (“Me engana, que eu gosto!”), ao ser questionado por uma mulher (“Será que eu vou gostar da peça?”), assim lhe respondeu: “Acho que vai, sim. É legal. Eu já vi. Mas, olha, você viu a da Cláudia Raia? Porque lá chovia, era um temporal, mas aqui é apenas uma garoazinha de São Paulo”. “Estômago embrulhado”, consegui “contar até 1000” e frear o meu ímpeto de... Deixa para lá! Tinha ele, obviamente, o direito de expor sua opinião, ainda que “estúpida e mentirosa”, mas não projetando a voz, para que as dezenas de pessoas que estavam à nossa volta pudessem ouvir, o que era, notadamente, sua intenção. O sujeito mede a qualidade de um espetáculo musical pela quantidade de água que cai em cena. (%$&***%@!#¨@!). Entenderam, agora, o motivo da minha fixação na tal “cena da chuva”, que é, sem dúvida, a mais esperada pelo grande público, mas não é só aquilo que o espetáculo tem de bom? E, só para que não paire nenhuma dúvida quanto à “precipitação pluvial, em milímetros” (Momento descontração e deboche!) –, Não sei dizer se “choveu” mais ou menos. Isso pouco me interessa! -, a mecânica para a realização da cena, nesta montagem, foi executada pela mesma empresa londrina responsável pelo equivalente momento, na encenação de 2017. E esta cena, agora, é tão e impactante e bem construída como aquela. E chega desse assunto!

 

 


 

         Qualquer um, como eu, que assistiu à primeira produção brasileira do musical e a atual, tem o direito de estabelecer comparações, mas não é isso o que me interessa, não é isso o que me move, não é isso o que faço. Não é com essa intenção que me proponho a escrever sobre a atual montagem, que fica em cartaz, no Teatro Sérgio Cardoso, até o próximo dia 16 de junho, se não houver prorrogação (Tomara que haja!), e eu pretendo rever, na última semana da temporada, quando, de novo, estarei em São Paulo. É claro que fui àquele Teatro ainda com a outra produção na cabeça (e no coração também) - isso é inegável, e não poderia ser de outra forma -, porém sem a menor expectativa de ver alguma coisa igual à outra, melhor ou pior, ou, menos ainda, para compará-las. Se lá, em 2017, tudo estava nas mãos de dois excelentes artistas e produtores, Cláudia e Jarbas, aqui, não era diferente, pois se tratava de mais uma produção, em conjunto, do INSTITUTO ARTIUM DE CULTURA e do ATELIER DE CULTURA, que são duas importantes referências no mercado do entretenimento ao vivo, para os espectadores, devido ao destaque do padrão técnico e artístico de suas produções, inegavelmente, equiparadas às internacionais, haja vista a relação de títulos que vêm levando o selo de qualidade das duas instituições, desde 2013: “A Madrinha Embriagada”, “O Homem de La Mancha”, “A Noviça Rebelde”, “Annie”, “Billy Elliot”, “Escola do Rock”, “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”, “Evita Open Air”, “Wicked – A História Não Contada das bruxas de Oz” e o mais recente, até então, “Matilda - O Musical”. Dessas, quatro eu considero "OBRAS-PRIMAS". Assisti a todas essas montagens, até mais de uma vez, adorei-as, sem exceção, mais umas que outras, e não foi diferente com relação a este “CANTANDO NA CHUVA”.

 

 

 

 

 

            Reproduzir, ao vivo, a magia do cinema, com todas as suas vantagens, decorrentes de uma parafernália tecnológica, que se moderniza mais a cada dia, evidentemente, é impossível, porém afirmo que os produtores se empenharam ao máximo para que o espetáculo chegasse próximo à versão para as telas, nesse sentido, para o que não pouparam esforços, de verdade. E acrescento que, pelo menos para mim, que troco qualquer filme por uma peça teatral, não desprezando a “sétima arte”, o que seria uma “heresia”, para quem é ator e crítico de TEATRO, a proximidade estabelecida entre mim e o palco; a música ao vivo, executada por uma excepcional orquestra; o dinamismo das cenas, com destaque para as coreografias; e a magnitude da cenografia, dos figurinos e da iluminação, tudo isso somado ao desempenho de um numeroso e magnífico elenco, não fica a menor dúvida de que assisti a um dos melhores musicais dos últimos tempos, o que, de antemão, já me faz RECOMENDÁ-LO.

 

 

 

 

 

 

SINOPSE:

Baseado no clássico filme, de 1952, o musical “CANTANDO NA CHUVA” se passa em Hollywood, a “Meca do Cinema”, no final da década de 1920.

As estrelas do cinema mudo Don Lockwood (RODRIGO GARCIA) e Lina Lamont (FEFE MUNIZ) vivenciam a “impossível” transição para o cinema falado, por conta da voz estridente de Lina, que arranca risadas da plateia.

Enaltecida por doses certeiras de comédia, romance, dança e sapateado, a trama se aquece com a paixão inesperada de Don pela corista Kathy Selden (GIGI DEBEI), contratada para dublar a superestrela Lina.

O musical é divertidíssimo e indicado para toda a família, com coreografias inesquecíveis, além do memorável número da canção “Singin’ in the Rain”, levado aos palcos com o desafio técnico de “fazer chover em cena”.

Os atores Don Lockwood e Lina Lamont, sinônimos de grandes bilheterias, são as estrelas da época, o casal preferido da indústria cinematográfica.

Sucesso entre o público, os dois são os “queridinhos” da mídia, a qual aposta num relacionamento mais íntimo entres eles, o que poderia render muitos cifrões a muita gente, mas isso é algo que jamais existiu entre os dois.

A glória do “casal 20”, entretanto, é abalada com o advento do áudio, que significou uma grande revolução na linguagem cinematográfica e a consequente transição do cinema mudo para o falado, tornando-se, logo, a sensação do mercado.

Com isso, muitos artistas, até então reverenciados, tiveram suas carreiras dizimadas, da noite para o dia, por não conseguirem se adaptar à novidade tecnológica, como o caso da temperamental Lina Lamont, cuja voz esganiçada acabou incomodando os produtores, os quais não queriam mais bancar a estrela, porque, ao abrir a boca, ela provocava uma cascata de risos na plateia.

Dispostos a não perder o que conquistaram, Don e Lina se veem obrigados a produzirem um filme, para atender às expectativas da época.

Juntos, eles precisam superar as dificuldades que essa “nova interpretação” representa para os dois e, assim, se manter no topo do pódio.

Nesse processo, entram duas figuras importantes para o sucesso da investida do casal: Kathy Selden e Cosmo Brown (MATEUS RIBEIRO).

A peça, que acompanha, de forma bem humorada, a mudança de paradigma na forma de fazer filmes, embute outros temas importantes, bem explorados na montagem.


 


  

 




 

 

        Tenham a certeza – e eu já disse isso no parágrafo que abre estas considerações – de que este musical não se resume a apenas uma admirável cena que “faz chover num palco de Teatro”. Pode passar despercebida, ou chamar menos a atenção, mas é importante avaliar o que representou o momento em que o cinema ganhou um “up”, com o advento do som, agregado aos filmes mudos. Foi uma grande revolução na arte cinética, suscitando muitos comentários e previsões negativas, principalmente relacionados à perda de empregos. Ou o artista se reciclava e apostava na inovação ou teria que mudar de profissão. Estaria aí um problema social criado. Algo semelhante ocorreu com a chegada da televisão. Não eram poucas as antevisões de que a TV iria “matar” o rádio e o próprio cinema, o que todos sabemos não aconteceu, e os artistas que, pelo rádio, só eram conhecidos por suas marcantes vozes, passaram a ocupar as telinhas e a ampliar seu âmbito profissional. Também falavam, os “urubulinos de plantão”, com relação ao TEATRO, que este estava com os dias contados. É possível que, a princípio, possa ter diminuído um pouco a afluência de público às salas de espetáculo, porém, hoje em dia, há legiões de pessoas que querem ir ao Teatro para ver, de perto, seus artistas preferidos da TV.

 

 

 




 

 

 

           Outro ponto interessante, que bem pode vender o musical, é a sua intenção de divertir as plateias, sem se preocupar com faixas etárias, o que é facilmente alcançado. É uma COMÉDIA MUSICAL bastante engraçada, para toda a família, quase “água-com-açúcar” (E isso NÃO é depreciativo!), que nos faz rir bastante, por meio de um humor até ingênuo, por vezes. Para isso, contribui bastante a ótima versão da dupla MARIANA ELISABETSKY e VICTOR MÜHLETHALER, que, mais uma vez, se une para colorir um pouco de verde e amarelo um texto escrito em outro idioma, com a utilização de piadas que, certamente, não fariam rir fora do Brasil. Isso, é importante que se diga, sem descaracterizar a obra.

 

 

 




        

        

      Ainda digo que outro grande chamariz no espetáculo é o conjunto de coreografias (FLORIANO NOGUEIRA). São excelentes os desenhos coreográficos, alguns de difícil execução, o que me pareceu, na visão de um leigo como eu, arrojados e extremamente criativos. O destaque maior, como não poderia deixar de ser, vai para a coreografia na “cena da chuva”, mas os vários números de sapateado, estilo de dança do qual gosto imensamente, me tiram do sério. Pela primeira vez vi alguém, no caso duas pessoas (MATEUS REIBEIRO e RODRIGO GARCIA) sapateando deitadas no chão e contra uma mesa com o tampo virado, um número inesquecível. Uma boa coreografia só alcança seu objetivo quando bem executada. A dança é um dos pontos altos do espetáculo, porque, indubitavelmente, todos do elenco são exímios bailarinos, os de formação e os “atrevidos”, termo carinhoso que atribuo àqueles que aprendem as coreografias, sem serem profissionais da dança, e “tiram de letra” a exigente tarefa de materializar as ideias do coreógrafo.   

 

 

 


 

 

 

 

   A direção do espetáculo ficou em excelentes mãos. É assinada por JOHN STEFANIUK, um canadense de renome internacional, responsável por ter sido o dono do bastão em grandes musicais de sucesso dos mesmos produtores deste “CANTANDO NA CHUVA”, no Brasil: “Billy Elliot”, “Escola do Rock”, “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”, “Evita Open Air”, “Wicked” e “Matilda”. STEFANIUK tem larga e comprovada experiência em dirigir arrojadas e desafiadoras produções de musicais no exterior. O que é preciso dizer sobre alguém que, simplesmente, foi o diretor associado mundial de “O Rei Leão da Disney”, baseado na produção da Broadway? Dirigiu este musical em Paris, Londres, Sydney, São Paulo montagem de 2013), Madrid, Cidade do México, Amsterdã, Cingapura, Taipai e Joanesburgo, bem como turnês no Reino Unido. Falar de seu corretíssimo trabalho de direção neste espetáculo torna-se redundante.

 

 

 


JOHN STEFANIUK

 

 

   Como não poderia ser de outra forma, considerando-se o nível de profissionalismo e bom gosto por parte de todos os artistas criativos relacionados na FICHA TÉCNICA, não consegui detectar nenhuma falha na bela cenografia (JAMES KRONZER), nos elegantes e datados figurinos (LIGIA ROCHA, MARCO PACHECO e JEMIMA TUANY), nos corretos desenho de luz (BEN JACOBS) e desenho de som (GASTÓN BRISKI), bem como no excelente visagismo de época, cujo responsável, sempre um importante artista numa produção teatral, infelizmente, por um lapso, creio, não é citado na referida FICHA TÉCNICA.


 

 

 


(Foto: Gilberto Bartholo.)




 

 

 

  Outro dos vários destaques nesta ótima produção é o alto nível dos artistas que formam o elenco, não só os que representam os principais papéis, como os secundários e os que formam o “ensemble”. Há uma impressionante homogeneidade de talentos, na interpretação, no canto e na dança. A meu juízo, considerando não só a importância dos(as) personagem na trama, como, principalmente, o rendimento dos atores em cena, percebo protagonismo no quarteto RODRIGO GARCIA, GIGI DEBEI, MATEUS RIBEIRO e ESTHER ARIEIV, esta interpretando a personagem Lina Lamont, no dia em que assisti ao espetáculo, papel que, normalmente é vivido por FEFE MUNIZ. A dupla masculina, a cada novo espetáculo, mais solidifica as suas carreiras, e em papéis totalmente diversos, o que é motivo de lembrança.

 

 

 


                        Rodrigo Garcia, Gigi Debei,                                                   Mateus Ribeiro e Fefe Muniz.                               

 

  RODRIGO mantém o seu elegante e galanteador Don Lockwood, protótipo da “dignidade” (Quem assistir à peça entenderá as aspas.) do princípio ao fim da peça, dentro das quatro linhas que o personagem comporta. Canta, dança e representa magnificamente bem. Além de ator, tem uma sólida formação em música, o que facilita bastante o seu trabalho. Nos últimos anos, tenho gostado muito de vê-lo em grandes musicais e jamais esquecerei sua atuação, como protagonista, interpretando o personagem Dimitry, no musical da Broadway, “Anastasia“.

 





 

 

 GIGI DEBEI é das minhas favoritas atrizes de musicais, dos últimos tempos, sempre se destacando em suas composições, como aconteceu, por exemplo, no recente “O Jovem Frankenstein”, quando a vi substituindo Dani Calabresa, na personagem Elizabeth Benning. Ao escrever a minha crítica sobre aquele espetáculo, fiz questão de fazer um depoimento que transcrevo aqui:

 


“Vou ‘jogar bem limpo’, como sempre faço, nas minhas críticas. Logo que cheguei ao Teatro, na primeira vez, para ver "O Jovem Frankenstein", fiquei sabendo que Dani Calabresa seria substituída por GIGI DEBEI, uma excelente cantriz, a quem sempre dediquei os merecidos elogios. Ouvi, porém, de um querido amigo que ‘a substituição era boa, por um lado, e ruim, por outro’. Fiquei curioso, perguntei-lhe o motivo e ele me disse que ‘GIGI canta muito bem, melhor que a DANI’, entretanto, ‘para compensar, não sabe ser uma ATRIZ CÔMICA’, como a titular do papel. Agora, com toda a minha sinceridade (Assisti a ‘O Jovem Frankenstein’ duas vezes, a segunda com a Dani no papel.), posso afirmar que tive duas ótimas surpresas, vendo as duas em cena. Que GIGI cantava muito bem, eu já sabia, todavia ela me surpreendeu e também recebe o meu aval como ATRIZ CÔMICA (A outra boa surpresa foi ver como Dani canta bem.)”.


 


    Toda a admiração que eu já sentia por GIGI ganhou maior robustez depois daquela personagem e se estende à sua Kathy Selden.

 


 

 




 

 

 

Preciso me conter para falar de MATEUS RIBEIRO, pois sempre me emociono muito ao vê-lo num palco. A impressão que ele me deixa, a cada novo trabalho, é a de que consegue se sair melhor do que em todos os personagens anteriores reunidos, também fantásticos. Cosmo Brown é o melhor amigo de Don e oferece ao ator a oportunidade de exercitar seu lado cômico, já expresso em personagens anteriores. Com o devido respeito a todos os grandes atores de musicais, tenho-o na conta de o melhor de sua geração. É um ator completíssimo e se torna difícil apontar em qual habilidade – canto, dança ou interpretação – MATEUS ganha maior relevo.

 


 





 

 

  E sobre ESTHER ARIEIV? A atriz me cativou de tal forma, que nem sabia o que lhe dizer, quando nos encontramos no final da peça. É interessante notar que eu já a havia visto em outros musicais, nos quais, em papéis de menor importância nos enredos, a atriz não se fazia notar tanto como em “CANTANDO NA CHUVA”. Confiem um bom papel a uma excelente atriz e vejam o resultado! Foi uma das melhores surpresas que o TEATRO me reservou nos últimos tempos. A personagem Lina Lamont é ingênua, ambiciosa, “insípida” e totalmente “fora da caixinha”, de dificílima construção para qualquer atriz, uma vez que é obrigada, por conta da personagem, a manter, durante os 140 minutos da peça, uma voz esganiçada, totalmente fora dos padrões, para uma atriz. Enquanto os filmes eram mudos, não havia problema, todavia a chegada do som ao cinema foi, para ela, um grande obstáculo. Com muita naturalidade, ESTHER me fez dar muitas e prolongadas gargalhadas, principalmente numa cena em que a personagem se atrapalha, ao usar o microfone, durante a tomada de uma cena do filme “O Cavaleiro Galante”, que acabou se transformando em “O Cavaleiro Dançante”, que a personagem rodava com Don, cena que lembra muito uma chanchada da Atlântida ou um besteirol.

 

 

 







 Esther Arieiv.

 

 

  Todos os atores que interpretam personagens coadjuvantes – Nunca perco a oportunidade de lembrar que coadjuvantes são os personagens, não os atores.MARCELO GOES, PAULO GROSSI, MARI ROSINSKI e SANDRO CONTE defendem, com a maior competência, os papéis que lhes foram destinados. Da mesma forma, com muita garra se colocam todos os demais que se apresentam com a rubrica “ensemble”. Por oportuno, para quem não sabe, o termo “ensemble”, de origem francesa, significa, literalmente, “conjunto” e poderia ser entendido como “coro”, não de menor importância, aqueles que estão no palco para ajudar nas músicas e nas coreografias, sem que, necessariamente, tenham um personagem a interpretar. E, aproveitando o momento, penso que também cabe aqui uma explicação do que seja “swing”, num espetáculo teatral: o ator ou atriz “swing” é aquele que é preparado para substituir qualquer membro do “ensemble”, para que o elenco não fique desfalcado, ou entrar como “cover” (substituto) de um personagem.


 

 




 

 

FICHA TÉCNICA (Simplificada):


EQUIPE CRIATIVA:

Versão Brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler

Direção Geral: John Stefaniuk 

Direção Musical: Adriano Machado 

Cenário: James Kronzer

Figurino: Ligia Rocha, Marco Pacheco e Jemima Tuany

Coreografia: Floriano Nogueira

“Design” de Som: Gastón Briski

“Design” de Luz: Ben Jacobs

 

ELENCO: Rodrigo Garcia (Don Lockwood), Gigi Debei (Kathy Selden), Mateus Ribeiro (Cosmo Brown), Fefe Muniz (Lina Lamont), Marcelo Goes (R.F. Simpson), Paulo Grossi (Roscoe Dexter), Mari Rosinski (Dora Bailey e Srta Dinsmore), Sandro Conte (Rod) Andreina Szoboszlai (Ensemble), Cárolin Von Siegert (Ensemble), Caru Truzzi (Ensemble), Esther Arieiv (Ensemble), Giselle Alfano (Ensemble), Thaiane Chuvas (Ensemble), Thays Parente (Ensemble), Danilo Barbieri (Ensemble), Danilo Martho (Ensemble),  Dudu Martinz (Ensemble), Fábio Brasile (Ensemble), Fábio Galvão (Ensemble), Felipe Hideky (Ensemble), Madson de Paula (Ensemble), Julia Sanchis (Swing), Leonardo Aroni (Swing), Nina Sato (Swing e “Dance Captain”).

 

Fotos de Cena: João Caldas Filho

Assessoria de imprensa: Taga Comunicação Estratégica (Diogo Locci)

 

 

 


(Foto: Guilherme de Rose.)




(Foto: Guilherme de Rose.)

 

 

SERVIÇO:


Temporada: De 04 de abril até 16 de Junho de 2024.

Local: Teatro Sérgio Cardoso (Sala Nydia Licia).

Endereço: Rua Rui Barbosa, nº 153 - Bela Vista, São Paulo – SP.

Capacidade: 827 pessoas.

Dias e Horários: De quarta a sexta-feira, às 20h; sábado e domingo, às 15h30min e 19:30min.

Valores dos Ingressos: De R$ 19,80 a R$ 400, variando de acordo com a localização das poltronas. Há valores para a meia-entrada (Consultar os “sites” do Teatro e da peça.).

Classificação Etária: Livre. (Menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais.) 

Duração do Espetáculo: 140 minutos, com 15 minutos de intervalo.


INFORMAÇÕES IMPORTANTES: 

1) O ELENCO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES SEM AVISO PRÉVIO.

2) EVITE ATRASOS! 

3) RECOMENDAMOS A CHEGADA COM, NO MÍNIMO, 30 MINUTOS DE ANTECEDÊNCIA. 

4) APÓS O INÍCIO DO ESPETÁCULO, SOMENTE SERÁ PERMITIDA A ENTRADA APÓS A PRIMEIRA CENA. 

 

CANAIS OFICIAIS DE VENDA

Bilheteria "on-line"SYMPLA (com taxa de conveniência)cantandonachuvabrasil.com

Bilheteria Física (sem taxa de conveniência) Rua Rui Barbosa, nº 153 - Bela Vista, São Paulo - SP.

Horário de funcionamento: De terça-feira a sábado, das 14h às 19h. Em dia de espetáculo, das 14h até o horário de início da sessão. 

Telefone: (11) 3288-0136

Gênero: Musical

 


 

 

 

 

             “CANTANDO NA CHUVA” é uma megaprodução, que encanta o público e, além de fazer chover no palco”, reúne números imperdíveis e indeléveis de dança, principalmente os de  sapateado, além de ser uma divertida COMÉDIA MUSICAL, uma verdadeira viagem no tempo. Tudo o que eu já esperava ver naquele palco lá estava, e muito além da minha expectativa, que já era bem grande. E, como se não bastasse, é mais uma produção de TEATRO que emprega dezenas de profissionais para o os seus sustentos e o de suas famílias. Aqui, são, ao todo, 286 profissionais em empregos diretos, promovendo o aquecimento da economia, via ARTE. “CANTANDO NA CHUVA” é o TEATRO celebrando, num palco, a história do cinema.

 

 

 

FOTOS: JOÃO CALDAS FILHO

 

 

 

GALERIA PARTICULAR

(Fotos: Guilherme De Rose.):

 

 

Com Rodrigo Garcia.


Com Mateus Ribeiro e  Esther Arieiv.






 

 








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